PÉSSIMO NEGÓCIO
Embora membros do executivo estadual esmerem-se em afirmar que a compra do hospital Regina Pacis tenha sido um bom negócio, quem conhece o sistema público de saúde garante que a aquisição foi péssima. A começar pela localização, pela estrutura inacabada, passando pela falta de mão de obra para tocar a unidade, entre outras. Quanto ao preço, mesmo com o governo jurando que obedeceu a medida cobrada no mercado imobiliário, um hospital exige muito mais que o local onde funciona e, doze milhões (custo inicial), não é uma ninharia. Há controvérsias.
URGÊNCIA
Desde que a pandemia chegou em Rondônia, em março passado, os órgãos estaduais (MP e TCE) alertavam as autoridades políticas para montarem as estruturas necessárias para atender à população, pela urgência em combater com denodo o coronavírus. A princípio a ideia do governo de Rondônia era alugar a ala recém construída do hospital Prontocor pela bagatela de nove milhões de reais que não se concretizou em razão da atuação firme do Tribunal de Contas cobrando esclarecimentos. A própria direção do hospital, ao perceber o imbróglio jurídico que poderia causar transtornos, avisou que não havia mais interesse em fechar o contrato e caiu fora da confusão. O bom desse contrato era que junto constavam os profissionais de saúde pagos pelo contratado. Livrando o erário dos custos adicionais com salários.
CAMPANHA
Nenhuma autoridade do país deixou de ser alertada sobre os estragos que o vírus Covid 19 começava a causar no mundo afora. Foram alertadas também que nenhum sistema de saúde pública aguentaria atender um número excessivo de pessoas contaminadas e, portanto, foram orientadas a se planejarem para que os efeitos da pandemia fossem minimizados com adoção de ações para o enfrentamento, entre elas, hospitais de campanha. São hospitais que ajudam a atender as pessoas, em especial as mais humildes, em tempos de “guerra”. Nossas autoridades estaduais e municipais ignoraram as recomendações e a proposta dos hospitais de campanha sequer foram analisadas. O tempo passou, nem hospital de campanha nem os privados suportaram a crise. O sistema todo entrou no caos e contabilizamos mais de três centenas de mortos.
LOROTA
Enquanto várias cidades montavam seus hospitais de campanha, inclusive o governo federal nas mediações de Brasília e Goiânia, em Rondônia, a opção adotada desde o início pelo governador e seu falante secretário de saúde foi a desesperada e intrigante vontade em adquirir uma unidade na rede particular. Sem avaliar inclusive as condições estruturais que atendessem às pessoas infectadas pelo Covid. Nem o corpo técnico a ser designado para atender os pacientes. Aliás, até hoje o hospital continuam sem utilidade concreta. No futuro estará obsoleto para atender ao sistema. Anotem!
INACABADA
O que causa mais curiosidade, principalmente aos órgãos de controle (TCE tem sido vigilante e diligente), é que se encontra inacabada uma ala enorme no Hospital de Base, há mais de três anos, que poderia estar à disposição da população e salvando vidas. E qual a razão de estar parada? Uma resposta simples, a falta de gestão do governo que foi incapaz de aditivar um contrato em sessenta mil reais para concluir a obra. O mesmo problema se repete em Guajará-Mirim com uma estrutura física hospital quase conclusa, mas abandonada. Por coincidência é o município do interior que contabiliza mais óbitos.
MISTÉRIO
Não se sabe ainda porque cargas d’água a opção governamental para combater a pandemia foi a aquisição na rede privada de um hospital, podendo ter concluído aquelas instalações do HB. Há desconfianças, resta claro, mas, somente após uma ação de avaliação dos órgãos de controle para desvendar este mistério. Aliás, pode concluir que nenhum malfeito tenha sido praticado, mas dificilmente deixará de verificar que houve incompetência na gestão. Esta claríssimo aos olhos dos leigos. O Tribunal de Contas está averiguando tudo e tem sido um aliado firme da população no combate ao Covid e às demais mazelas dele oriundas.
ILAÇÃO
Indignado com a falta de uma gestão competente, o deputado federal coronel Chrisóstomo (PSL), ex-aliado do coronel e governador Marcos Rocha, ambos bolsonaristas incondicionais, usou as redes sociais para colocar em dúvida a honorabilidade administrativa do governador. Apontou, inclusive, a compra da unidade hospitalar Regina Pacis como exemplo a ser investigado. Cotejou os preços pagos pela Assembleia Legislativa em leitos contratados no Hospital do Amor com os preços pagos pelo governo.
REVERBERAÇÃO
O parlamentar (Coronel Chisóstomo), em voz estridente, promete convocar a PF para investigar os recursos federais destinados ao combate ao Covid, reverberando e sugerindo ao coronel Rocha largar o osso e cair fora. Briga de quem conhece a caserna. O governador, pelo que vimos, fez ouvidos de mercador aos gritos estridentes do deputado e sequer defendeu-se das ilações.
CONDECORAÇÕES
Logo após enrijecer as normas do lockdown que baixou na capital, o governador Marcos Rocha organizou uma solenidade no palácio para condecorar com a medalha Marechal Rondon – principal condecoração estadual – o general Estevam Theophilo. A solenidade foi criticada por outras autoridades em razão do aumento de mortes na capital pelo Covid, embora o homenageado, segundo fontes ouvidas pela coluna, seja merecedor. Nesta hora de tristeza para vários rondonienses não é momento para condecorações. É uma falta de humanidade, registrou um membro do legislativo que pediu anonimato.
COISA DA CHINA
A aquisição dos teste em massa de procedência da China ainda vai vacinar muita autoridade na LIA. Mas é um assunto para próxima semana. Produto made in China nunca é o melhor a ser comprado. Hoje, no Paraguai, encontramos produtos mais originais. Perdão pelo humor!
ARAPONGAGE
Nos meios políticos há um desconforto com informações reservadas de que autoridades estariam sendo vítimas de bisbilhotagem criminosa. A coluna apurou que as desconfianças recaem sobre um auxiliar próximo de uma autoridade de alta patente. O engraçado, segundo apurações em off, é que o mesmo indivíduo que estaria bisbilhotando está sendo alvo também de arapongagem, além de traição de subordinados. Aguardemos como terminará a vida destes guardiões da obscuridade. Após colher provas mais robustas, a coluna dará nomes aos bois. Grampo e escuta sem autorização é crime. No Mato Grosso, em tempos não muito distantes, destruiu governo.
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