Tais manobras, embora até o momento sem provas, evocam práticas de outras ocasiões na política rondoniense, onde a interferência da Polícia Federal foi necessária
A recente reunião de vereadores eleitos e reeleitos de Porto Velho com a presidência da Assembleia Legislativa de Rondônia tinha como pauta oficial o debate sobre saneamento básico, uma demanda urgente para a capital, especialmente diante das constantes alagações que afetam os bairros durante chuvas intensas. Contudo, enquanto a população aguardava soluções concretas para um problema que perdura há anos, surgiram rumores inquietantes sobre os reais objetivos do encontro.
A especulação é que a pauta de saneamento seria apenas o pano de fundo para discussões sobre a composição da futura mesa diretora da Câmara Municipal. Em si, esse movimento de articulação política não constitui qualquer ilegalidade; é natural que parlamentares busquem alianças para garantir representatividade. Porém, o que chama a atenção e levanta preocupações éticas são os rumores que acompanham esse movimento: a suposta assinatura de notas promissórias entre os eleitos, como moeda de troca para votos em prol da formação de uma mesa diretora.
Esses rumores apontam para um cenário preocupante, em que dívidas de campanha estariam sendo saldadas por meio de acordos que, se comprovados, ultrapassam os limites da ética pública e beiram a ilegalidade. Tais manobras, embora até o momento sem provas, evocam práticas de outras ocasiões na política rondoniense, onde a interferência da Polícia Federal foi necessária. Casos como o da assinatura de documentos em cartório por uma deputada, comprometendo seu mandato com interesses obscuros, são apenas um exemplo das práticas políticas que há muito afetam a confiança pública na transparência das casas legislativas locais.
É fundamental, diante de rumores dessa natureza, que as autoridades competentes monitorem de perto os desdobramentos. A linha entre uma articulação legítima e uma negociação corrupta é tênue, e garantir a integridade do processo é indispensável para o bom funcionamento da democracia.
Neste contexto, a postura do prefeito eleito de Porto Velho, Léo Moraes, assume especial importância. Ex-vereador, deputado estadual e federal, ele compreende bem os bastidores e a força das articulações de poder. Cabe a ele não intervir diretamente na eleição da mesa diretora da Câmara, mas buscar uma base de apoio sólida para aprovar seus projetos sem se ver refém de interesses particulares que possam inviabilizar seu governo. Caso perceba qualquer movimentação fora dos limites republicanos, Moraes não hesitará em acionar as autoridades. Afinal, sua ligação histórica com as forças de segurança, iniciada com o legado de seu pai, lhe confere respaldo para exigir um ambiente político limpo e transparente.
O povo de Porto Velho, cansado de promessas vazias e estratégias políticas duvidosas, espera não apenas uma solução para as alagações e o saneamento básico, mas também uma gestão pública comprometida e ética. As autoridades e a sociedade civil devem permanecer vigilantes, cientes de que transparência e integridade são essenciais para o fortalecimento da confiança nas instituições.
FONTE: TUDO RONDONIA
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