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No mês de prevenção ao suicídio, especialistas alertam sobre os sintomas ligados a depressão

Com a finalidade de prevenir e reduzir os casos de suicídio, há seis anos foi escolhido setembro como o mês de prevenção à doença, em uma campanha mundial contra esse mal

SAUDE

O Governo de Rondônia, através dos órgãos ligados à saúde, busca investir na expansão dos atendimentos voltados à saúde mental dos servidores públicos de Rondônia. No Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro em Porto Velho, funciona o Centro de Valorização da Vida (CVV), onde psicólogos prestam assistência aos profissionais da área da saúde do Estado com sintomas de depressão.

A rotina estressante de trabalho voltado a área da saúde, processo doloroso de divórcio e recorrentes dificuldades familiares, desencadearam uma série de problemas psicológicos na jovem enfermeira Izamara Vieira Braga, que com perseverança no tratamento vence a depressão todos os dias.

Para os policiais militares que atuam nos serviços junto a sociedade e se deparam com situações rotineiras que podem desencadear sintomas ligados a depressão, o Estado disponibiliza o Serviço de Psicologia da Diretoria de Serviço Social. A psicóloga Alessandra Machado, diretora de serviço social da Polícia Militar de Rondônia, diz que ainda não há dados oficializados sobre o aumento do suicídio no período de pandemia.

Com a finalidade de prevenir e reduzir os casos de suicídio, há seis anos foi escolhido setembro como o mês de prevenção à doença, em uma campanha mundial contra esse mal.

Surtos de estresse e ansiedade ficaram visíveis para a enfermeira Izamara Vieira Braga, que sempre foi saudável e diante de tais sintomas procurou ajuda antes que se autodestruísse, foi quando os médicos a diagnosticaram e descobriu-se então a necessidade de internação médica e afastamento das suas atividades profissionais.

“Passei por vários médicos psiquiátricos, porque eu não entendia, porquê aquilo estava acontecendo comigo, e porquê eu não melhorava. Sempre que ia na terapia com a psicóloga era um dia de absorver as orientações dela e outro dia era de dizer que eu estava fraquejando e não estava conseguindo progredir. E ela sempre fala que a nossa vida é uma montanha russa, um dia vamos estar bem, mas vai ter dia que não. Isso é viver. E então não consegui mais retornar as minhas atividades habituais”, relata a jovem.

A enfermeira conta ainda que não aceitava suas condições emocionais, e que cometer o suicídio era a solução para seus problemas. Ao ser medicada e após algum tempo de tratamento, a retomada mais um vez frustrante de atividades laborais foi o estopim para dar continuidade a mais uma crise, só que desta vez ligada a insônia e outros sintomas.

Sintomas e tratamento

De acordo com a psicóloga Risomar Ferreira de Souza, lotada no Hospital de Base, a depressão é uma doença severa que pode acometer pessoas em qualquer idade, como no caso da jovem Izamara. Crianças, jovens adultos e idosos, independente do padrão de vida e/ou classe social não estão imunes. “É muito importante tratar depressão como doença, e buscar urgentemente ajuda médica e psicológica. Quem tem depressão não está inventando doença, preguiça ou outros termos pejorativos que são usados para os sintomas manifestos”, e complementa o alerta, “leve muito a sério ao ouvir queixas ou observar sintomas, pois há a necessidade de socorro imediato”.

“Descobri que só eu posso mudar meu destino, que acima de mim só existe Deus e que o resto é só mais um obstáculo que vou vencer”, diz a enfermeira Izamara

Os principais sintomas de que uma pessoa está deprimida são: tristeza, sem motivos aparente; Humor deprimido, que se caracteriza por desânimo persistente; Baixa autoestima; Sentimentos de inutilidade; Perda de interesse em atividades que antes a pessoa apreciava; Mudança de apetite; Ganho ou perda de peso; Insônia ou dormir em excesso; Perda de energia ou fadiga acentuada; Movimentos físicos sem sentido, como apertar as mãos de forma constante e nervosa (sinais de ansiedade); Sentir-se sem esperança; Sentir-se culpado; Dificuldades para raciocinar, se concentrar ou tomar decisões; Ideações de morte ou suicídio; Irritabilidade, ansiedade e angústia;

Necessidade de um grande esforço para fazer coisas que antes eram fáceis; Diminuição ou incapacidade de sentir alegria; Sentimentos de medo, insegurança, desespero, desamparo e vazio; Interpretação distorcida e negativa da realidade; Dores e outros sintomas físicos sem uma causa aparente, como dores de barriga, azia, má digestão, diarreia, prisão de ventre, gases, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito.

Diante de muitas recomendações, internações, remédios e tratamento, Izamara, tentou novamente o retorno das atividades profissionais na área de enfermagem, e se convenceu que não dava mais para continuar no que amava fazer.

“Hoje, eu ainda tomo antidepressivo. Dos mais de oito comprimidos passei a usar apenas um por dia e vivo feliz, pois descobri que só eu posso mudar meu destino, que acima de mim só existe Deus e que o resto é só mais um obstáculo que vou vencer para conquistar meus ideais, e que sem Deus não conseguimos nada. Hoje eu sou feliz e todos os dias luto para que meu outro dia seja mais feliz ainda. Todos os dias eu luto com meu próprio pensamento e vocês podem ter certeza que a única coisa que pode nos sabotar somos nós mesmo, mas isso, se nós deixarmos. E eu digo “eu não quero mais ser infeliz”, finaliza Izamara.

O caso da enfermeira é apenas um em um universo de milhares. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a depressão foi considerada o mal do século XXI. Atinge cerca de 10% da população mundial, e o índice aumenta a cada ano. Uma doença silenciosa, que é incompreendida até mesmo por quem sofre com o problema e que pode levar ao suicídio. Um mal que atinge todas as camadas sociais.

Atendimento

O Centro de Valorização da Vida possui um canal de atendimento, através do telefone 188.

O Serviço de Psicologia da Diretoria de Serviço Social pode ser acionado por meio do telefone: 3216-8869.

A população em geral pode buscar atendimento nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Em Porto Velho, há duas unidades: o Caps Três Marias, que funciona na rua Equador, bairro Nova Porto Velho e o Caps Madeira Mamoré, situado na rua Elias Gorayeb, bairro Liberdade.

O serviço também pode ser acessado pelo site: www.setembroamarelo.org.br

FONTE: SECOM/RO

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Marcio Martins martins

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