BRASÍLIA (Reuters) – O juiz Sérgio Moro mandou para a prisão nesta quarta-feira os dois primeiros réus da operação Lava Jato que recorriam em liberdade e tiveram suas sentenças transitadas em julgado no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
O executivo Marcio Andrade Bonilho e o aposentado Waldomiro de Oliveira, apontado como laranja do doleiro Alberto Youssef, tiveram suas sentenças confirmadas pelo TRF4 e foram levados inicialmente para a Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
Bonilho, representante da empresa Sanko Sider, fornecedora de tubos à Petrobras foi condenado a 14 anos de prisão, inicialmente em regime fechado, por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Oliveira, a 13 anos e dois meses pelos mesmos crimes.
Ambos foram acusados de participar do esquema de pagamento de propinas na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, no mesmo processo em que Yousseff foi inicialmente condenado.
A sentença inicial foi dada em abril de 2015. Depois das apelações, a manutenção da condenação pelo TRF4 é considerada final para efeito de prisão, desde a decisão do Supremo Tribunal Federal pelo cumprimento de pena a partir da segunda instância.
“Agrego apenas que tratando de crime de lavagem de R$ 18.645.930,13, tendo por antecedentes crimes contra a Administração Pública de valor equivalente, a execução após a condenação em segundo grau impõe-se sob pena de dar causa a processos sem fim e a, na prática, impunidade de sérias condutas criminais”, justifica Moro em seu despacho. “Ademais, a decisão da Corte de Apelação é consistente com a atual posição do Plenário do Egrégio Supremo Tribunal Federal”.
A defesa de Bonilho reiterou sua inocência, que “certamente será verificada ao final do processo, quando do julgamento de seus recursos pelos Tribunais Superiores”, segundo nota divulgada nesta noite.
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