Medeiros ainda rogou para que, antes de compartilhar um conteúdo, as pessoas prezem pela identificação de fontes
O Ministério Público afirma estar chefiando uma investigação sobre o que chamou de “esquema industrial de fake news” para as eleições presidenciais de 2018. Segundo o órgão, desde o primeiro turno, cuja votação ocorreu em 7 de outubro, há indícios de pessoas que foram contratadas com a finalidade específica de disseminar informações falsas em redes sociais e apps de mensagens instantâneas no intuito de atacar a imagem de adversários políticos.
“A lei eleitoral fala que contratar alguém para difundir na internet propaganda negativa é crime, então como é um crime a gente tem que encontrar quem isso fez”, disse o vice-procurador-geral eleitoral Humberto Jacques de Medeiros, segundo em comando do Ministério Público para as eleições e chefiado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Medeiros participou nesta terça-feira (16) de reunião com representantes do WhatsApp e membros do Conselho Consultivo sobre Internet e Eleições.
“Agora, sim, o que é preocupante é quando você tem um esquema industrial de produção de mentira com uma propagação artificialmente impulsionada, é isso que é o grave. É isso que está sendo investigado em alguns casos”, afirmou. O vice-procurador ainda disse que o mero ato compartilhar fake news não constitui um crime, desde que não seja identificada a má-fé de quem o faz.
Medeiros ainda rogou para que, antes de compartilhar um conteúdo, as pessoas prezem pela identificação de fontes e dados coerentes:
“O que a gente pede é que as pessoas sejam zelosas quando passam adiante uma informação que elas receberam e não conhecem a qualidade ou a densidade daquilo, mas a gente não pode instalar um estado de repressão, uma mordaça nas pessoas, para que elas tenham medo de falar. A liberdade de expressão é sagrada, estamos numa democracia, não se pode ir para uma eleição com as pessoas com medo de falar”.
Recentemente, o Canaltech publicou uma série de dicas para averiguar a autenticidade de informações compartilhadas via WhatsApp, como uma orientação ao leitor para evitar que suas ações contribuam para a disseminação de notícias falsas pelo mensageiro.
FONTE: CanalTech
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