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Metade da riqueza mundial nas mãos de apenas 1% da população em 2016

Em 2016, 49,27% da riqueza mundial estará nas mãos de apenas 1% da população, avança um relatório da organização humanitária Oxfam, divulgado nesta segunda-feira, a dois dias do Fórum Económico Mundial de Davos.

A britânica Oxfam faz as contas todos os anos e projecta a evolução da distribuição da riqueza com base nos dados da lista anual de bilionários da revista Forbes e de um estudo do Credit Suisse. Com os números da mão, a Oxfam vai exigir em Davos acções urgentes para diminuir a desigualdade de rendimentos.

No relatório Wealth: Having It All and Wanting More (Riqueza: Ter tudo e querer mais, numa tradução livre), elaborado por Deborah Hardoon, lê-se que os 1% mais ricos têm conseguido aumentar o seu peso na riqueza global de 44% em 2009 para 48% em 2014. As projecções apontam que, em 2016, os bilionários terão perto de 50% do bolo. E em 2020 poderão mesmo representar 54,32% da riqueza.

Os membros desta “elite global tinham uma fortuna média de 2,7 milhões de dólares (2,3 milhões de euros) em 2014, por adulto”, aponta a Oxfam, no comunicado agora divulgado no seu site oficial.

Winnie Byanyima, director-executivo da Oxfam, vai sentar-se na conferência de Davos para defender que “a explosão da desigualdade está a atrasar a luta contra a pobreza no mundo, numa altura em que uma em cada nove pessoas não têm o suficiente para comer e mais de mil milhões de pessoas ainda vivem com menos de 1,25 dólares (pouco mais de um euro) por dia”. “Queremos mesmo viver num mundo onde 1% da população tem mais do que todo o resto? A escala da desigualdade mundial é assombrosa”, comentou.

No documento, a Oxfam lembra que a riqueza passa de geração em geração e acusa as elites de mobilizarem os seus vastos recursos para garantir que as regras favorecem os seus interesses. “Mais de um terço dos 1645 bilionários listados pela Forbes herda toda ou uma parte da sua fortuna”, sublinha.

Cerca de 20% dos bilionários têm interesses no sector financeiro ou segurador, grupo que viu a sua riqueza crescer 11% em 12 meses. “Estes sectores gastaram 550 milhões de dólares [476 milhões de euros] em lobby em Washington e em Bruxelas em 2013. Só em 2012, durante o círculo eleitoral dos Estados Unidos, o sector financeiro contribuiu com 571 milhões de dólares para as campanhas”, escreve a organização.

Recorde-se que, em 2014, Bill Gates, Carlos Slim e família, Amancio Ortega e Warren Buffet encabeçaram (por esta ordem) a lista dos mais ricos, elaborada pela revista norte-americana.

O Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça, começa quarta-feira, dia 21, e termina sábado. A ameaça do terrorismo, as tensões geopolíticas, o desemprego, o abastecimento de água ou a propagação de doenças infecciosas são alguns dos temas em discussão. Espera-se a presença de mais de 40 chefes de Estado, líderes económicos e financeiros, num total de 2500 participantes. António Pires de Lima, ministro da Economia, também vai estar em Davos num encontro com investidores para atrair investimento para Portugal.

 

 

Fonte: Público

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Gomes Oliveira

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