Em apenas dois dias de coleta de dados foi observada a presença de alguns animais
A Divisão de Monitoramento da Qualidade Ambiental (DMQA), da Subsecretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema), percorreu as principais trilhas do Parque Natural Municipal de Porto Velho (PNMPV) e as estradas do entorno da Unidade de Conservação (UC), nos dias 17 a 18 de abril, para monitoramento sobre a fauna e flora da região.
Em apenas dois dias de coleta de dados foi observada a presença de alguns animais como uma fêmea de parauacu (pithecia irrorata) com filhote; mico-de-rondônia (mico rondoni), choim-preto (saguinus fuscicollis), macaco-de-cheiro (saimiri sciureus); aracnídeos da ordem amblypygi e outras, roedores e até a serpente jararaca-do-norte (bothrops atrox).
O Parque Natural Municipal de Porto Velho é uma Unidade de Proteção Integral, cujo objetivo é preservar a natureza, admitindo-se apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. Assim, toda e qualquer atividade que fere o princípio de conservação da Unidade de Conservação dever se identificada e corrigida.
O objetivo do monitoramento é fazer o mapeamento das trilhas e entorno que servirá como subsídio para o planejamento da aplicação de novas metodologias nas unidades sob gestão do município, sendo o Parque Natural, o piloto.
Por meio da metodologia, a secretaria pretende monitorar espécies da fauna e flora da UC que atuam como bioindicadores da qualidade ambiental do ecossistema e que comprovariam se o objetivo de preservar e conservar está sendo eficaz. O trabalho possibilitará, ainda, a continuidade do monitoramento avaliando a evolução da conservação.
Para a bióloga Lucinara Camargo, gerente de Monitoramento da Qualidade Ambiental da Sema, ações como esta poderão auxiliar no desenvolvimento de medidas para diminuir a degradação ambiental provocada pela ação antrópica, ou seja, das pessoas que residem no entorno do parque, que influencia diretamente na unidade.
“Nosso objetivo é desenvolver uma pesquisa com cunho científico de monitoramento, identificando imperfeições e possíveis invasões ou crimes ambientais nas trilhas clandestinas do parque, entre outras análises”, explicou a bióloga.
Lucinara Camargo ainda explicou que o parque possui grande potencial de pesquisa, sendo muito procurado por instituições de fora do Estado e até do país. “Uma das problemáticas já identificadas pelo estudo, ocorrida possivelmente no ano passado, foi colhida junto aos servidores do Parque”, adiantou Lucinara.
TRILHAS CLANDESTINAS
Trata-se da abertura de novas trilhas clandestinas. Durante o mapeamento foi constatado que a cada pesquisa realizada era aberta uma nova trilha produzindo vários transectos – que são linhas traçadas em um terreno, a qual contabilizará a área em que será estudada – que se cruzam promovendo “pequenos desmatamentos.”, explica a bióloga.
Visando engrandecer o estudo científico, a equipe da DMQA participará do curso de “Monitoramento da Biodiversidade: Roteiro Metodológico de Aplicação”, promovido pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), onde será apresentado uma metodologia específica para o monitoramento de unidades de conservação, que também é utilizada em outros países.
“A aplicação dessa nova metodologia implicará em um local fixo para a realização das pesquisas. Pelo resultado da coleta de dados no Parque Natural, ficou claro que proteger essa unidade de conservação é de fundamental importância para o desenvolvimento da qualidade de vida dos munícipes e a conservação da biodiversidade em Porto Velho”, justificou Lucinara Souza.
Texto e fotos: Comdecom e DMQA/Sema
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