O processo é classificado como o “julgamento do século” pela imprensa britânica e mira as possíveis violações cometidas pelo Grupo City
O Manchester City enfrenta a partir desta segunda-feira, o início do julgamento e da audiência das 115 violações do regulamento da Premier League, a liga que organiza o Campeonato Inglês, principalmente entre 2009 e 2018. O processo é classificado como o “julgamento do século” pela imprensa britânica e mira as possíveis violações cometidas pelo Grupo City, dos Emirados Árabes Unidos, desde que assumiu o controle do clube.
O início das audiências, realizadas por uma comissão independente à Premier Legue, estava prevista para novembro deste ano, mas foi adiantada. A expectativa é que este processo antes do julgamento dure dois meses e uma decisão saia em 2025, entre março e junho.
Das acusações, 80 tratam de violações no regulamento do Fair Play Financeiro, tanto da Uefa quanto da Premier League, enquanto outras 35 se devem à falta de cooperação do clube nas investigações conduzidas pela liga. O anúncio foi feito há 19 meses, em fevereiro de 2023. Desde então, a liga optou por não fazer comentários sobre o caso até a audiência.
A origem da investigação se deu em 2018, quando o jornal Der Spiegel, da Alemanha, revelou trocas de e-mail entre executivos do Grupo City em que mostravam que o contrato de patrocínio da Etihad, empresa aérea estatal dos Emirados Árabes, foi inflado para disfarçar os investimentos de Sheikh Mansour no clube.
A depender do julgamento, o City pode sofrer uma série de sanções, na esfera esportiva e financeira. Além de arcar com os custos do processo, o clube pode ser excluído da Premier League, perder pontos, ter partidas disputadas novamente, entre outras punições.
“O Manchester City FC está surpreso com a emissão dessas supostas violações das regras da competição, principalmente devido ao extenso envolvimento e à vasta quantidade de materiais detalhados que o EPL recebeu. O clube saúda a revisão deste assunto por uma comissão independente, para considerar imparcialmente o corpo abrangente de evidências irrefutáveis que existem em apoio à sua posição. Como tal, esperamos que este assunto seja encerrado de uma vez por todas”, afirmou o City, por meio de nota, se dizendo inocente das acusações.
No período em que a Premier League acusa o Grupo City de violações financeiras, o clube conquistou o Campeonato Inglês em três oportunidades (2011/2012, 2013/2014 e 2017/2018). “Estou feliz que (o julgamento) comece na segunda-feira. Sei que haverá mais rumores”, disse Pep Guardiola em entrevista coletiva na última semana. “Sei o que as pessoas estão procurando. Sei o que eles estão esperando, sei o que leio há muitos, muitos anos. Todo mundo é inocente até que a culpa seja provada.”
Esta é a segunda vez em cinco anos que o City corre risco de ser excluído de competições. Em 2020, a Uefa puniu o City com a exclusão de disputar a Liga dos Campeões por duas temporadas. A entidade entendeu que, entre 2012 e 2016, o time inflou seus contratos de patrocínio. Nessa ocasião, no entanto, o clube conseguiu reverter a decisão após apelação no Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), que entendeu que não houve violações da regra de Fair Play Financeiro da entidade, mas ainda puniu o City com uma multa por não cooperar com as investigações.
Além do Manchester City, a Premier League puniu Nottingham Forest e Everton com a dedução de pontos na última temporada, por quebrar as regras de Fair Play Financeiro da competição. Em caso de punição aos citizens, Guardiola já havia afirmado, em 2022, que deixaria o clube. Na temporada 2024/2025, o time é o atual tetracampeão inglês e está na liderança da competição, com 100% de aproveitamento em quatro jogos.
FONTE: JORNAL DE BRASÍLIA
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