Meia vê comparações com fase de 2015 e admite que precisa melhorar. Com um gol e uma assistência no Brasileirão, ele espera contribuir em “final” contra o Grêmio, no domingo
Se Jadson é cobrado para ser mais decisivo no Corinthians de 2017 é porque ele já mostrou que pode exercer esse tipo de liderança técnica na equipe. Campeão nacional como protagonista em 2015, o meia se prepara para as primeiras decisões da atual edição do Brasileiro: a começar por este domingo, contra o Grêmio, às 16h (horário de Brasília), em Porto Alegre.
No ano do título, foram 13 gols e 14 assistências na campanha do Brasileiro – dividiu atenções com Renato Augusto, eleito craque do campeonato em 2015. Em 2017, Jadson tem um gol (de pênalti, contra o São Paulo) e um passe decisivo (para Balbuena, contra o Cruzeiro).
Mas, o que falta para Jadson retomar a fase decisiva de 2015? Ser mais “fominha” talvez? Ele próprio responde:
– Ah, é isso aí mesmo. Eu sou cobrado pelo meu pai, meus tios, pela galera… Todo mundo fala que devo chutar mais, e às vezes prefiro deixar meus companheiros na cara do gol. Não é da minha índole, do meu jeito, mas vou ser mais fominha daqui para frente (risos).
Jadson acredita que precisa chutar mais a gol, ir mais vezes às redes, para voltar a ser protagonista. Não que ele não tenha sua importância na equipe de Fábio Carille. Mas, o próprio meia sabe que tem muito a evoluir em sua segunda passagem pelo Timão.
– Estou feliz pelo meu rendimento, mas preciso melhorar muito para chegar no nível de 2015. Às vezes, os torcedores e críticos veem como joguei em 2015, muitos gols, decisivo, mas minha forma de contribuir é mais para a equipe. Dando passes, assistências. Pretendo ajudar com gols também, que seja o mais rápido possível – afirmou o camisa 10.
Em um papo com a reportagem do GloboEsporte.com, Jadson falou também sobre a “final” contra o Grêmio, relembrou jogos do mesmo peso em 2015 e disse não temer perdas de titulares na janela internacional de transferências.
Veja abaixo a íntegra da conversa:
GloboEsporte.com: Um ano sem baixas preocupa de alguma forma? A invencibilidade gera pressão extra?
– Em 2015, nossa equipe teve uma oscilação quando fomos eliminados do Paulista e da Libertadores. Isso tirou um pouco da confiança da torcida em cima do time, mas nosso grupo continuou trabalhando da mesma forma. Tivemos uma arrancada no Brasileiro, uns 18 jogos sem perder. Esse ano, nossa equipe está invicta há três meses. Isso é muito bom, porque mostra a força do grupo. É difícil manter a invencibilidade, uma hora ou outra pode acontecer a derrota. Mas estamos preparados. Quando acontecer, vamos manter a concentração.
Como o Corinthians lida com as ameaças da janela de transferências? Fala-se em Arana, Balbuena, Pablo, Rodriguinho…
– São jogadores de qualidade, que vêm ajudando o grupo. Quando uma equipe se destaca, clubes europeus e de outros continentes vão estar de olho. Se algum jogador sair, quem estiver esperando a oportunidade vai estar preparado para manter o nível da equipe. Fagner e Rodriguinho foram convocados, ficaram três jogos fora, e a equipe conseguiu dar uma resposta boa. O importante é o grupo estar unido e fechado.
Como você vê seu ano de 2017? Acha que o desempenho está na média? Pode melhorar?
– Quando a equipe vem ganhando, todos os jogadores têm sua parcela de contribuição. Tenho dado minha parcela. Há alguns jogos venho sentindo dores no joelho. Na Sul-Americana, quando fiz o gol, senti o joelho esquerdo. Depois virei o pé sozinho em outro jogo. Até falei para o pessoal parar de bater o tambor aqui (risos). Venho me sacrificando pela equipe, como outros jogadores também. Desgastados, com dores e estão jogando. Estou feliz pelo meu rendimento, mas preciso melhorar muito para chegar no nível de 2015. Às vezes, os torcedores e críticos veem como joguei em 2015, muitos gols, decisivo, mas minha forma de contribuir é mais para a equipe. Dando passes, assistências. Pretendo ajudar com gols também, que seja o mais rápido possível.
Como você lida com a comparação com você mesmo? O Jadson de 2015…
– São situações e equipes diferentes. Em 2015, tinha jogadores que estavam mais entrosados. Isso ajudou bastante no começo da temporada, deu certo para mim, Vagner Love, Renato Augusto, Elias… Todos se ajudaram e a equipe conseguiu êxito. Em 2017, tive de me readaptar ao futebol brasileiro, entrar em forma. Fiquei quase um mês treinando em dois períodos. Logo na minha volta, mesmo com as críticas no início, conseguimos o título paulista. Começamos o Brasileiro muito bem, sem perder. Fico feliz por tudo isso. O importante é sempre estar ajudando o time. A questão da comparação, sempre vou tentar dar meu melhor.
Você disse que ainda tem muito a melhorar. Quais pontos você precisa evoluir em 2017?
– Acho que tenho de chutar mais a gol. Às vezes penso em deixar meu companheiro em boa situação, mas estou em condição mais clara. É questão de arriscar mais, como eu fazia em 2015. A bola também sobrava mais, era só empurrar… Estou na expectativa, trabalhando, tenho certeza de que os gols vão aparecer novamente e vou ajudar a equipe. O gol, na vida do jogador, é o êxtase. Tomara que eu possa ajudar dessa maneira.
– Ah, é isso aí mesmo. Eu sou cobrado pelo meu pai, meus tios, pela galera… Todo mundo fala que devo chutar mais, e às vezes prefiro deixar meus companheiros na cara do gol. Não é da minha índole, do meu jeito, mas vou ser mais fominha daqui para frente (risos).
E isso influencia no Cartola… Como você lida com essa cobrança a mais?
– A cobrança é válida. O Cartola é um game que apareceu para a galera. Às vezes o cara te escala… Não sei os critérios, mas a equipe estava sem perder no Brasileiro, vinha numa sequência boa. Aí vi uma mensagem no Instagram, o cara falando que fui mal. Importante é a equipe ganhar, eu penso dessa maneira. O game é para o pessoal de fora, mas enquanto a equipe estiver ganhando, posso tirar -5 que não tem problema (risos).
Grêmio x Corinthians tem clima de final para vocês? São os dois melhores times do Brasileiro?
– A equipe do Grêmio vem embalada, jogar no Sul não é fácil. Acho que vai ser um jogo decisivo pelo momento. Uma equipe pode abrir quatro pontos da outra, pode dar uma margem de gordura para queimar mais à frente. É começo de campeonato ainda, tem muita coisa que pode acontecer até dezembro.
Você se lembra de finais desse tipo em 2015? Tiveram um peso diferente?
– Teve o jogo contra o Grêmio, aqui na Arena, acho que eles estavam a cinco pontos de nós. Estavam ganhando de 1 a 0, conseguimos o empate com um gol de cabeça do Renato Augusto. Atlético-MG, principalmente no segundo turno, a vitória por 3 a 0. Acho que o jogo contra o Santos também, um que foi pela manhã. O Atlético estava na cola, e precisávamos ganhar para manter a distância. Esses foram os jogos mais importantes.
– A organização tática, a entrega, a dedicação dentro de campo. A forma de um jogador entender o outro. A superação. É a cara do Corinthians neste momento. Claro que todos aqui têm qualidade, mas vencemos muitos jogos na base da força e superação. Essa é a cara do Corinthians. Às vezes ouvimos muitos comentários de que nossa equipe não é a mais brilhante, mas é a mais eficaz até agora. Pontos importantes em jogos importantes.
E o Grêmio? O que tem de especial?
– É um time muito técnico, que sabe trabalhar a bola, tem o Luan se destacando. A bola parada deles é forte, tem o Edílson, que jogou conosco aqui e bate muito bem na bola. Não é uma equipe boba. Nossa equipe conseguiu dar um sprint nesse começo, junto com o Grêmio. A regularidade é importante. O Renato vem fazendo um bom trabalho lá, então vai ser um grande jogo. Tomara que nossa equipe consiga beliscar os três pontos fora de casa.
Fonte: Globo Esporte
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