Cidades

Inflação oficial é a menor para setembro desde 1998, diz IBGE

IPCA passou de 0,44% em agosto para 0,08%, em setembro.
Alimentos ficaram mais baratos e influenciaram índice; leite recuou 7,89%.

A inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA) perdeu força de agosto para setembro, ao passar de 0,44% para 0,08%, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (7).  Para o mês de setembro, a taxa é a menor desde 1998, quando recuou 0,22%. Considerando todos os meses, o índice é o menor desde julho de 2014, quando ficou em 0,01%.

“Setembro é um mês em que a gente vê poucos sinais negativos ou perto de zero porque é justamente quando começa a entressafra. Os piores resultados são no meio do ano.
Especificamente neste mês a inflação foi muito pressionada pelos alimentos por causa do choque de oferta”, disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

De agosto para setembro, foi a queda de preços dos alimentos que pressionou a desaceleração do IPCA. De um avanço de 0,3%, a variação de preços desse grupo recuou 0,29%. O leite, por exemplo, que vinha registrando altas seguidas nos últimos meses, ficou 7,83% mais barato em setembro. Também influenciou o recuo dos alimentos consumidos dentro de casa, que chegou a 0,6%.

Outro grande vilão da inflação de alimentos que registrou queda foi o preço do feijão. O feijão-carioca caiu 4,61%, o feijão-preto 3,77% e o feijão-mulatinho 1,45%.

Não foram todos os alimentos que tiveram redução de preços. A carne, em compensação, subiu 1,43% e impediu que a queda da variação desse grupo fosse maior.

“[Esse resultado] significa que, comparado com os resultados de agosto, os preços, em média, se mantiveram estáveis, embora alguns tenham subido, outros caído”, afirmou.

Veja no final da reportagem a variação de preços de alimentos e bebidas

Artigos de residência (-0,23%) e transportes (-0,10%) também caíram. As passagens aéreas (-2,39%), os automóveis usados (-1,50%) e a gasolina (-0,40%) foram as principais influências nos transportes. Nos artigos de residência, as influências em queda vieram de TV, som e informática (-1,15%) e mobiliário (-0,65%).

No ano, de janeiro a setembro, o indicador acumula alta de 5,51%. No mesmo período de 2015, a variação havia sido de 7,64%. Já em 12 meses, a IPCA está em 8,48%, abaixo dos 8,97% relativos aos 12 meses anteriores.

A estimativa do mercado financeira para o IPCA de 2016 – acumulado em 12 meses – é de 7,23%, segundo o boletim Focus, do Banco Central, mais recente. A cada semana em que a pesquisa é divulgada, a previsão vem diminuindo. No entanto, ainda permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para este ano.

Veja a variação de preços dos alimentos e bebidas

Leite condensado
8,26%

Leite em pó
5,64%

Farinha de mandioca
3,40%

Cafezinho
2,17%

Chocolate e achocolatado em pó
2%

Queijo
1,92%

Café da manhã
1,63%

Açúcar cristal
1,58%

Café moído
1,55%

Doces
1,48%

Carnes
1,43%

Frango inteiro
1,25%

Arroz
1,13%

Iogurte
1,12%

Refrigerante
1,09%

Outras bebidas alcoólicas
0,80%

Cerveja
0,76%

Frutas
0,75%

Açúcar refinado
0,69%

Lanche fora
0,65%

Fonte: G1

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