Esporte

Iguais só nas cores, Flamengo e Athletico Paranaense opõem filosofias no Maracanã

Enquanto clube carioca fatura alto com jovens, mas investe pesado em craques consagrados, paranaenses têm na base as revelações que estão fazendo a diferença

Flamengo e Athletico fazem um confronto que extrapola as quatro linhas. O jogo marca um duelo de filosofias. De um lado, um clube que gasta milhões em contratações de jogadores badalados. Do outro, uma equipe que investe na formação de jogadores e que costuma arrecadar milhões com eles.

Flamengo x Athletico, às 16h deste domingo, no Maracanã, terá transmissão do GloboEsporte.com para todo o Brasil.

Os times estão praticamente empatados na classificação. O Flamengo é o nono, com sete pontos. O Athletico vem logo atrás, com os mesmos sete pontos, mas menos gols marcados (8 a 7). Apesar da proximidade na tabela, os clubes vivem mundos distintos nos bastidores.

Não foi da noite para o dia que o Flamengo se tornou um clube com forte poder de investimento. Foram anos de austeridade até que se chegasse ao atual patamar. Hoje, com bala na agulha, o Flamengo investe pesado para os padrões sul-americanos. Na última janela gastou de forma parcelada cerca de R$ 125 milhões por reforços.

Bruno Henrique, Arrascaeta e Diego foram são apenas alguns dos reforços badalados do Flamengo nos últimos anos — Foto: Alexandre Vidal/Flamengo

O nível de investimento vem aumentando ano a ano. Gradualmente, o Flamengo foi reforçando o time com nomes badalados. Guerrero, em 2015, foi um marco. Foi a mesma receita de Diego em 2016. Oportunidades de mercado, que chegaram ao clube com salários altos, mas estavam livres. Diego rescindiu com o Fenerbahce antes de assinar. O peruano estava em fim de contrato com o Corinthians.

A partir de 2017 o Flamengo começou de fato a mostrar sua força ao mercado. Ano após ano vem batendo seus próprios recordes de investimento. Everton Ribeiro (€6 mi) chegou naquela temporada como jogador mais caro da história do clube. Um ano depois foi superado por Vitinho (€ 11 mi). O camisa 11, no entanto, permaneceu no posto por apenas alguns meses. Em janeiro, o clube carioca desembolsou cerca de € 18 milhões (cerca de R$ 79 milhões) para contratar Arrascaeta.

Vinicius e Paquetá renderam um bom dinheiro, mas ficaram pouco tempo e saíram sem um título de expressão pelo Flamengo — Foto: Gilvan de Souza

Os tamanhos dos cofres de Flamengo e Athletico são diferentes, e é inegável que as filosofias sejam distintas. O que não significa que o clube carioca deixe de olhar para dentro de casa. Boa parte do dinheiro investido em reforços é proveniente da venda de pratas da casa, embora o clube tenha outras receita. A grana das vendas aumentou o poderio financeiro, mas hoje o Flamengo caminha com as próprias pernas e não depende da venda de atletas para ir ao mercado.

Vinicius Junior (€ 45 mi) e Lucas Paquetá (€ 35 mi) são exemplos de jovens de sucesso formados no clube recentemente. Jorge e Felipe Vizeu também renderam um bom dinheiro. E a fábrica não para por aí. Com multa de € 70 milhões, o jovem Reinier, que sequer estreou no time profissional, é observado de perto por gigantes da Europa. Em geral, no entanto, a garotada que atinge o sucesso fica pouco tempo na Gávea. Hoje, por exemplo, Léo Duarte é o único titular formado no Ninho do Urubu.

Furacão vira fábrica de talentos

Já o Athletico aposta principalmente nas categorias de base. Os grandes destaques do Furacão em 2019 são Léo Pereira, Renan Lodi, Bruno Guimarães e Marco Ruben. Os dois primeiros são crias do CT do Caju, enquanto Bruno Guimarães foi recrutado ainda jovem do Audax para o time de aspirantes e atualmente é um dos principais jogadores da equipe.

O trio, inclusive, já está na mira de gigantes europeus. O Atlético de Madrid já ofereceu R$ 81 milhões por Lodi, e o Chelsea preparou uma oferta de R$ 173 milhões por Bruno Guimarães – o clube inglês, porém, está impedido de contratar.

Bruno Guimarães e Renan Lodi são expoentes da nova geração do Athletico — Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O Athletico também já arrecadou uma fortuna só com venda de pratas da casa nos últimos anos. Marcos Guilherme, por exemplo, saiu por R$ 17 milhões na primeira negociação (e o Furacão ainda tinha 50%). Otávio rendeu R$ 25 milhões. E Hernani, R$ 29,8 milhões.

Além de ter joias que podem valer muito no futuro, o Athletico tem acertado nas contratações. Depois de negociar Pablo por R$ 23 milhões para o São Paulo, o clube foi buscar Marco Ruben, no Rosário Central, da Argentina.

O empréstimo de cerca de R$ 800 mil pelo argentino tem se mostrado muito efetivo. Marco Ruben já marcou nove gols e foi peça chave na classificação do Athletico na fase de grupos da Libertadores. Seu melhor jogo foi quando fez os três gols da vitória sobre o Boca Juniors, na Arena da Baixada. Também foi dele o gol que deu a vitória de 1 a 0 sobre o River Plate, na primeira partida da final da Recopa.

Parte das estrelas do Furacão não estará em campo na partida deste domingo. Para poupar os titulares para a segunda partida da Recopa, na próxima quinta, o técnico Tiago Nunes deve montar uma equipe reserva.

FONTE: GLOBOESPORTE.COM

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