A polícia informou na tarde desta terça-feira que identificou ohomem que matou quatro pessoas e feriu outras quatro na Catedral Metropolitana de Campinas. De acordo com o delegado responsável pelo caso, José Henrique Ventura, o analista de sistemas Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, nascido em Valinhos (SP), atirou contra fiéis após a missa de 12h15. Também declarou que não há qualquer relação de parentesco ou de amizade entre o atirador e as vítimas.
— Pesquisamos os antecedentes dele e não constatamos nada contra ele, exceto um ou dois boletins de ocorrência, que ele fez como vítima. Não há nada contra ele. A profissão dele ao que parece era analista de sistemas. Agora, com a identificação dele, vamos investigar a motivação — declarou o delegado em coletiva.
Os documentos de Grandolpho foram encontrados em uma mochila dentro da catedral. Ainda de acordo com a polícia, ainda não há nenhum indício da motivação do crime.
— Nós não temos até o momento nenhuma informação sobre a motivação. O que a gente pode dizer é que circulam muitos boatos, rumores, mas o vídeo que nós temos e, que está sendo liberado, é ele chegando na igreja, dentro da igreja, o que prova pelo vídeo que ele estava sozinho — disse.
Grandolpho não tinha antecedentes criminais. Ele morava com o pai, que é viúvo, no município de Valinhos, de acordo com parentes.
Ele já prestou concurso para integrar a equipe de funcionários da prefeitura do município onde vivia. Além disso, já teve uma empresa que atuava no ramo de motocicletas, peças e acessórios. O negócio, porém, interrompeu suas atividades em julho deste ano.
Além disso, de acordo com informações disponibilizadas no portal de transparência do Ministério Público de São Paulo, Grandolpho chegou a atuar como auxiliar de promotoria daquele estado — foi nomeado em 2012. Ele, no entanto, deixou o cargo em 2014, depois de pedir exoneração. A informação de sua saída foi confirmada pelo órgão.
Parentes de Grandolpho se surpreenderam ao descobrirem que ele era o homem que abriu fogo no interior da Catedral de Campinas. De acordo com a família, era um homem “extremamente educado”.
— Ele nunca foi agressivo, até onde eu sei. Não sei dos relacionamentos dele. Mas tem um irmão dele que morreu há dois anos, sofria de leucemia. Tentou diversos tratamentos, mas não resistiu. Acho que ele ainda não superou a morte do irmão — disse uma parente ao EXTRA, que pediu para não ser identificada.
Ela ressaltou que a família é ” bastante unida”.
Situação das vítimas em Campinas
Ainda segundo o delegado José Henrique Ventura, das quatro vítimas que foram internadas, três foram liberadas e uma ainda demanda atendimento médico.
— Graças a Deus as quatro estão vivas. Ele tinha uma pistola e quatro carregadores. Utilizou dois e tinha dois carregadores cheios com 22 cápsulas — ressaltou o delegado na coletiva à imprensa.
— A forma como ele manuseava a arma indica que ele tinha, sim, algum conhecimento, até porque não é fácil manusear uma pistola — complementou o major Adriano Augusto, comandante do 8º Batalhão da Polícia Militar.
Apesar da declaração do delegado, ainda na tarde desta terça-feira, o Hospital Mário Gatti informou que as duas vítimas que recebiam atendimento no local permaneciam internadas. De acordo com a unidade, um dos internados foi identificado como Heleno Severo Alves, de 84 anos. Atingido no peito e na barriga, ele tem o estado de saúde considerado grave. Ele estava no centro cirúrgico nesta tarde.
Outra vítima, identificada como Jandira Prado Moneteiro, de 65 anos, também continuava em observação no mesmo período. De acordo com a unidade de sáude, porém, seu quadro de saúde é considerado estável. Ela sofreu ferimentos no peito, por conta de um dos disparos dentro da igreja.
Além disso, a idosa sofreu ferimentos na mão direita por conta de estilhaços e também fraturou a clavícula.
FONTE: EXTRA
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