Na rotina da produção de camarão, a atenção à qualidade da água representa importante fatia do sucesso da atividade. Independente do sistema utilizado, determinados parâmetros atestam sua qualidade, que, quando em desequilíbrio, pode levar a expressivas perdas econômicas. Julio Achupallas, gerente técnico de aquicultura da Biomin, alerta para um dos principais indicadores de baixa qualidade da água: a formação de lodo espesso no fundo tanque. “A matéria orgânica atua no consumo do oxigênio que deveria ser usado pelo camarão. Este é diretamente responsável pelo consumo de ração, resistência a doenças e funcionamento do metabolismo animal”, explica o especialista.
O ambiente dos viveiros é complexo e dinâmico, sendo resultado da interação de diversos fatores. A qualidade da água depende de diferentes condições ambientais do tanque, como menor densidade e quantidade dos alimentos oferecidos aos camarões. “Mesmo que a densidade de animais seja baixa, é preciso estar atento ao aspecto nutricional qualitativo e quantitativo do alimento fornecido. A qualidade da água vai depender das condições ambientais do tanque, como menor densidade e a oferta de alimentos”, reforça Achupallas.
“A sobra de alimentos é indicativo de que a ração precisa ser ajustada para que não haja excessos”, aponta o gerente técnico de aquicultura da Biomin. A produção intensiva gera grandes quantidades de resíduos orgânicos, que se acumulam no ambiente dos viveiros, que, por sua vez, passam pelo processo de oxidação, esgotando o oxigênio dissolvido e levando à formação de metabólitos tóxicos e níveis inadequados de amônia, nitrito ou sulfeto de hidrogênio.
O especialista da Biomin lembra que os parâmetros de qualidade da água estão interligados entre si. “É importante observar que a concentração de oxigênio dissolvido na água aumenta à medida que a temperatura diminui; e diminui quando a salinidade aumenta”. Ele complementa: “importante destacar que a temperatura não pode ser controlada em um viveiro. As espécies aquáticas modificam sua temperatura corporal de acordo com o ambiente e são sensíveis a variações rápidas de temperatura”.
A tecnologia disponível já permite remediar ambientes contaminados com soluções não-tóxicas ou prejudiciais ao meio ambiente. É a chamada biorremediação. Julio Achupallas explica que o processo consiste na aplicação de bactérias benéficas no solo dos tanques de camarões. “Lá, elas alteram suas propriedades físico-químicas. Em outras palavras, a adição desses micro-organismos, os probióticos, acelera a biodegradação do material orgânico, desencadeando uma reação de descontaminação do ambiente’.
Além da participação das bactérias benéficas, o processo conta com a ação de enzimas, que aceleram esse processo. Os probióticos também inibem as bactérias patogênicas, proporcionando eliminação de elementos tóxicos, tais como amônia, nitrito e sulfeto de hidrogênio, e degradação da ração não ingerida. “Assim, a qualidade da água e o ambiente do viveiro são melhorados. Tanto os probióticos quanto as enzimas trabalham em harmonia com a biomassa existente, aumentando a eficiência e potencializando a eliminação de amônia e nitritos”, conclui Julio Achupallas.
FONTE: ASSESSORIA TEXTO COMUNICAÇÃO
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