Geral

Governo mira 26 mil formados com Fies para reforçar Mais Médicos

Dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) apontam que há 26,1 mil formados em Medicina que usaram o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e ainda têm dívida do crédito estudantil a pagar. Esse é o público-alvo de uma tentativa do governo de reformular o Mais Médicos apenas com profissionais que têm registro no Brasil. A atuação de médicos formados no exterior sem diploma validado no país é criticada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro.

Além de exigir a validação dos diplomas de cubanos do Mais Médicos, Bolsonaro afirmou que não permitiria que o governo da ilha retivesse a maior parte dos salários pagos aos profissionais, como ocorre hoje. Cuba anunciou na semana passada que deixará o programa por conta das declarações do presidente eleito, retirando 8.332 médicos do país até o próximo dia 12. A ameça de uma apagão na assistência levou o governo atual a estudar medidas de curto e médio prazo.

Uma das propostas em estudo é oferecer aos médicos formados com Fies um desconto na dívida que eles têm com o governo. Pela ideia em discussão, os profissionais receberiam a remuneração normalmente pelo Mais Médicos, de R$ 11,8 mil hoje, e teriam o abatimento no saldo devedor. Os técnicos do governo vão analisar, no entanto, o impacto aos cofres públicos. Isso porque os financiamentos atuais dependem, em parte, do pagamento feito por quem já se formou.

Para piorar a situação, o Fies amarga uma inadimplência superior a 50% entre os contratos já em período de amortização, atingindo mais de 450 mil estudantes. Será necessário analisar, no entanto, o nível de proporção de não pagamento por parte dos formados em Medicina. Como é um curso mais caro, as parcelas tendem a ser maiores. Por outro lado, o nível de empregabilidade dos graduados é elevada, levando-os a ter condições mais favoráveis de quitar a dívida.

Uma segunda frente analisada é engajar alunos que ainda estão fazendo Medicina com o Fies. Eles somam 27,8 mil estudantes em diferentes fases da graduação. A atuação no Mais Médicos pode também nesse caso representar um abatimento na dívida que contraem com o governo. uma equipe conjunta dos ministérios da Saúde e Educação vão estudar melhor as propostas.

Alunos das federais no Mais Médicos

O governo também estuda criar mecanismos para que estudantes de Medicina das universidades federais prestem um ano de serviços no Mais Médicos após formados. A ideia central é que o aluno devolva à sociedade o investimento que recebeu do Estado. Mas ainda estão sendo discutidas as condições para exigir essa contrapartida.

.Uma saída seria condicionar o recebimento de algum tipo de benefício ao longo da jornada acadêmica à participação no Mais Médicos. Mas as mudanças não entrarão nos editais anunciados pelo governo. Um saiu na terça e o outro será publicado na semana que vem para preencher mais de 8,5 mil.

O governo quer também fazer mais de uma edição por ano do Revalida, exame de certificação de diplomas de médico obtidos no exterior. Hoje a prova, feita em duas fases, é demorada. A última edição do exame começou em fevereiro de 2017 e só terá o resultado publicado em fevereiro de 2019. A segunda etapa, de parte prática, é considerada a mais complicada.

O Revalida, hoje, é feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A ideia é descentralizar o exame com o credenciamento de instituições públicas e privadas de excelência em Medicina para aplicar a prova prática. Além de hospitais ligados a universidades, unidades particulares conveniadas ao SUS poderiam participar.

FONTE:  EXTRA

Comentar

Print Friendly, PDF & Email

COMPARTILHE

BAIXE NOSSO APLICATIVO

RESENHA POLITICA

TEIA DIGITAL

TEMPO REAL

PUBLICIDADE

Instagram

Instagram has returned empty data. Please authorize your Instagram account in the plugin settings .
WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com