Cidades

Fumaça em Rondônia afeta em cheio a mobilidade e fecha aeroporto de Porto Velho novamente

Aeroporto de Porto Velho passa por interdições desde o dia 16. Ouça a 3ª reportagem da série sobre danos do fogo na região

A população já convivia com o problema desde o mês de julho, mas a intensidade aumentou nas últimas semanas. No dia 16 de agosto, Porto Velho amanheceu totalmente coberta: foi o dia em que o aeroporto Governador Jorge Teixeira passou pela primeira interdição temporária. Ouça o terceiro capítulo da série ‘Amazônia em chamas – um drama humano’.

A pé, de bicicleta, de carro, de moto, de barco e até de avião. Nas ruas e estradas de Rondônia é impossível não ver a fumaça que paira nos céus do estado.

A população já convivia com ela desde o mês de julho, mas a intensidade aumentou nas últimas semanas. O auge foi no dia 16 de agosto, quando a capital, Porto Velho, amanheceu totalmente coberta.

No mesmo dia 16, o Aeroporto Governador Jorge Teixeira passou pela primeira interdição temporária: um voo da companhia aérea Latam precisou ser deslocado para Manaus.

O pico de fumaça, que é resultante das queimadas na região, foi sentido novamente no aeroporto na última segunda. O aeroporto ficou fechado por cerca de duas horas após ter perdido as condições de visibilidade para pousos e decolagens. O aeroporto reabriu horas depois, mas foi operado por instrumentos.

A alteração na rotina por conta da fumaça não se restringe aos ares. Nas estradas do estado não é diferente. Com incêndios que começam à beira das rodovias, a Polícia Rodoviária tem orientado motoristas a ter cuidado redobrado. É o que explica o chefe da comunicação, Andrei Milton.

‘A gente nunca orienta os motoristas a estacionarem próximo ao acostamento das vias para tirar foto, fazerem registro de imagem, porque um vento, alguma coisa do tipo, pode alastrar esse fogo para algum local, alguma vegetação próxima ao acostamento, e você [pode] ter seu bem danificado ou até mesmo alguma lesão física causada pelo fogo. Além disso, é importante redobrar a atenção porque, com a fumaça, a visibilidade diminui. Em qualquer evento de visibilidade diminuída, a gente sempre orienta – e está no CTB, está no código de transito – diminua a velocidade. E já é lei desde 2016: mantenha o farol dos veículos aceso, tá certo? Os veículos que têm cor clara, como branca e prata, eles tendem a desaparecer nesse tipo de evento de fumaça e neblina. Então, a gente reforça aí para o motorista que ele tem que manter o farol do seu veículo aceso para facilitar a visualização pelo motorista que vem no sentido contrário.’

Para quem se desloca de moto os efeitos são os mesmos. A estudante Thais Nicacio, que circula pela capital, reclama da nuvem de fumaça.

‘Certeza que esse foi o pior ano em relação a incêndios e fumaças’, garante. Eu ando de moto. Tiveram dias que a fumaça estava tão forte que eu cheguei a ficar com a respiração difícil e falta de ar.

A fumaça também prejudica a navegação nos rios. É o que conta o capitão de corveta Rodolfo Aurélio Santos Resende, delegado fluvial em Porto Velho.

‘A orientação que a Marinha vem passando é única: atenção total à navegação. Nós estamos divulgando a cada trinta minutos, através do canal de segurança de navegação, orientações para todos os pilotos das embarcações.’

As queimadas na região da Amazônia registraram aumento de 82% entre janeiro e agosto desse ano, segundo o Inpe, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Só em Rondônia, de janeiro a agosto, foram registrados, até a última semana, 5.512 focos: um aumento de 198%.

FONTE: CBN

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