Incapaz de transformar superioridade em desempenho, time não soube se reinventar para seguir no topo. Libertadores não perdoa tantas falhas
A eliminação na Libertadores, mais uma no ano, foi um choque de realidade para o Flamengo que se perdeu pelo caminho após as glórias de 2019 e início de 2020. O time novamente não foi capaz de transformar a superioridade técnica em desempenho. Naufragou em um Maracanã melancólico após empatar em 1 a 1 com o Racing e depois ser batido nos pênaltis.
O campeão está fora. O sonho de disputar a final da Libertadores no Maracanã acabou.
– O peso é gigantesco – afirmou Rogério Ceni.
Vilões não faltam. Gustavo Henrique falhou feio mais uma vez. Rodrigo Caio foi expulso. Vitinho e Bruno Henrique perderam chances claras. Arão, apesar de ter feito o gol da cabeça que levou a disputa para os pênaltis, foi o único a errar a cobrança. Mas os problemas vão além dos vacilos individuais.
O Flamengo não soube decidir contra o Racing. Até fez um primeiro tempo dominante, sem correr muitos riscos, mas as competições mata-mata não costumam perdoar quem desperdiça oportunidades, seja pelo preciosismo ou falta de pontaria. E assim foi feito.
Em dois minutos, a vantagem de jogar pelo 0 a 0 foi por água abaixo. Rodrigo Caio, que voltou ao time após 70 dias ausente, foi expulso depois de levar o segundo amarelo. Na sequência, Gustavo Henrique fez um movimento difícil de explicar para tentar cortar a bola e ajeitou para Sigali fazer o gol.
Rogério Ceni também pode ter sua cota de vilão. Suas opções não deram o efeito desejado. A começar pela escolha por Gustavo Henrique, em má fase técnica, para iniciar o jogo. Quando o Flamengo ficou em desvantagem numérica de jogadores e no placar, ele optou por tirar os meias Everton e Arrascaeta. Não estavam bem, é verdade, mas a saída deixou o time mais previsível.
As bolas começaram a ser cruzadas na área do Racing. Pedro pouco conseguiu fazer. Arão, em uma cabeçada após escanteio, marcou e deu sobrevida ao time. Mas por fim o próprio volante errou a cobrança de pênalti que resultou na eliminação rubro-negra. O roteiro cruel, mas bastante conhecido no futebol.
– Era um jogo que, por mais qualidade que eles (Arrascaeta e Everton) tenham, se faz necessária a velocidade pelos lados. Reforçamos o meio, abrimos Vitinho pela direita e Bruno Henrique pela esquerda, arriscando um pouco mais para manter a pressão – explicou Ceni.
Mais pressionado, já que tem duas eliminações e apenas uma vitória, Ceni terá a missão de rapidamente recuperar o time e a confiança de alguns atletas. O que mais vai escutar dos torcedores é o mantra do “Brasileiro é obrigação”.
O Ninho vai ferver.
FONTE: GE – GLOBOESPORTE.COM
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