Documentos mostram que empresa não tinha conhecimento de fake news em larga escala durante eleições de 2018 até ser avisada por jornalistas
Facebook assumiu não ter sido capaz de impedir uma rede de contas no Brasil que espalhou fake news sobre a vereadora do PSol Marielle Francodurante as eleições de 2018. Uma análise feita pela empresa mostra que a incapacidade do gigante das mídias sociais frente a onda de desinformação ajudou a polarizar ainda mais o país às vésperas das eleições presidenciais, de acordo com documentos obtidos pelo Wall Street Journal.
De acordo com o jornal, o Facebook demorou quatro meses para desmantelar essa rede. Também descobriu que um grupo que apoiava o então candidato Jair Bolsonaro, que venceu o pleito, encorajava seus seguidores na rede social a usar um aplicativo criado por fornecedores independentes que habilitava o grupo a fazer publicações em seu nome duas vezes ao dia.
Os documentos revelam ainda que o Facebook não sabia da existência dos comportamentos suspeitos ou desinformação em larga escala após o assassinato da vereadora, em março de 2018. A rede social de Mark Zuckerberg soube do problemas apenas depois que foi alertada por repórteres. Mesmo assim, não conseguiu determinar o alcance dessas postagens, tampouco suas origens.
Morta a tiros
Aos 38 anos, Marielle Franco foi brutalmente assassinada a tiros no bairro Estácio, no Centro do Rio de Janeiro na noite de 14 de março de 2018. O motorista Anderson Pedro M. Gomes, 39, que dirigia o veículo também morreu.
Quando foi morta, Marielle voltava de um evento chamado “Jovens Negras Movendo Estruturas”, na Lapa. Um carro emparelhou com o veículo dela e foram efetuados ao menos nove disparos. Cerca de quatro tiros atingiram Marielle na cabeça, de acordo com a investigação da polícia. Uma assessora da vereadora, que também estava com os dois no carro, ficou ferida pelos estilhaços, mas sobreviveu.
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