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FAB realiza mais de 5 mil atendimentos a ribeirinhos no interior do Amazonas

Operação montou estrutura de hospital de campanha no interior do Amazonas para atender população e indígenas

Com o objetivo de prestar assistência à população ribeirinha, a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio da Operação Excelsior, montou um hospital de campanha sob balsas no Rio Negro. A estrutura conta com 130 militares, sendo 51 da área de saúde, e até agora, já realizou 5.300 atendimentos no interior do Amazonas.

O Correio acompanhou a rotina de assistência na cidade. Em pouco mais de uma semana, nas duas paradas do hospital de campanha, na cidade e em Moura (AM), os militares também distribuíram 14.769 medicamentos e transportaram 52 toneladas de equipamentos, segundo o balanço da operação.

A cidade de Barcelos, onde as três balsas da força permaneceram por mais tempo, é o segundo maior município do Brasil em área territorial — superando a dimensão de estados como Pernambuco, Santa Catarina, Rio de Janeiro — com população de 28 mil habitantes. A região conta com apenas seis médicos, distribuídos nos seis postos de saúde existentes.

O Correio acompanhou a rotina de assistência na cidade. Em pouco mais de uma semana, nas duas paradas do hospital de campanha, na cidade e em Moura (AM), os militares também distribuíram 14.769 medicamentos e transportaram 52 toneladas de equipamentos, segundo o balanço da operação.

A cidade de Barcelos, onde as três balsas da força permaneceram por mais tempo, é o segundo maior município do Brasil em área territorial — superando a dimensão de estados como Pernambuco, Santa Catarina, Rio de Janeiro — com população de 28 mil habitantes. A região conta com apenas seis médicos, distribuídos nos seis postos de saúde existentes.

A grande adesão da comunidade ribeirinha às unidades de campanha mostra o nível de carência de serviços médicos de maior complexidade nas regiões remotas do país. Mesmo assim, o brigadeiro Gilson Almeida Júnior destacou que espera que os resultados persistam mesmo após o fim da operação. “Batemos o recorde de ter 750 atendimentos em apenas um dia. Se precisar de algo mais, depois a gente vai ter um contato, vai deixar esse prontuário para ser encaminhado para a saúde local, para a saúde do Sistema Único de Saúde (SUS)”, ressaltou.

Atendimentos

O hospital de campanha da FAB contou com um laboratório de exames clínicos avançado, equipado com máquinas de diagnóstico por imagem como, por exemplo, raio-x e ultrassom. Esses recursos, considerados básicos em hospitais dos centros urbanos, são escassos para a comunidade ribeirinha.

Além da população local, o hospital de campanha atendeu pacientes de outras regiões, como o indígena Guilherme Dias Yanomami, 35 anos, proveniente da Terra Indígena Yanomami. Ele relatou que passou 5 dias navegando por meio do rio com a família para buscar atendimento para o pai idoso, para os três filhos e para a sua mulher.

“É muita dificuldade. Quando chega na cidade, não temos onde ficar, hospedagem. Procuramos um lugar que tenha gente conhecida. Meu pai não está bem, ele tem 62 anos. Eu valorizo muito meu pai, então, tenho que levar ele para um lugar melhor para conferir a saúde”, disse.

Para a responsável pelo hospital de campanha, a neurologista major Carla Isabel Silvestre, a grande diferença no atendimento durante o exercício é a resolução imediata. Ela destacou os atendimentos de odontologia e ginecologia no hospital. “Estamos fazendo muito atendimento pela ginecologia. Os postos de saúde coletam o preventivo, mas esse exame segue para ser feito em Manaus, o que demora, às vezes, meses para voltar um resultado. Aqui, conseguimos atender a paciente, realizar a coleta do preventivo e, logo, uma técnica em patologia já faz o exame da lâmina”, explicou a militar.

Segundo o brigadeiro Almeida Júnior, além do treinamento do corpo de saúde da Aeronáutica, a operação utiliza as equipes de engenharia e logística da FAB especializadas na construção de aeroportos na região da Amazônia. “Aqui, as ruas são rios, né? Assim, o nosso negócio é sair com as balsas levando brita, levando areia, levando todo o material para construir aeroportos, mas neste momento em que a gente faz o exercício, em vez de botar pedra, a gente bota a estrutura de um hospital”, relatou.

FONTE:  CORREIO BRAZILIENSE

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