O gasto inicial com a nova modalidade do Enem deve exigir um investimento maior do INEP.
O Ministério da Educação anunciou na última quarta-feira, 03, que o Exame Nacional do Ensino Médio passará a ser aplicado de forma digital. O primeiro teste será realizado em 2020 para 50 mil candidatos em 15 capitais do país. A ideia é aposentar todas as provas impressas até 2026.
Contudo, a mudança vai triplicar o custo da aplicação do exame. De acordo com o próprio INEP, órgão do MECresponsável pelo Enem, o valor gasto atualmente com os mais de 5 bilhões de estudantes gira em torno de R$ 500 milhões, cerca de R$ 100 por participante. Já o gasto com a aplicação digital de 2020 para 50 mil alunos, 1% do total de inscritos anualmente, será de R$ 20 milhões, uma média de R$ 400 por participante.
Para o economista José Rita Moreira, o gasto inicial com a nova modalidade deve exigir um investimento maior em um primeiro momento, mas que será diluído ao longo dos próximos anos. Ele afirma que isso não deve ser visto com um gasto, mas sim como um investimento, já que “proporcionará uma maior eficácia, melhor controle e menor custo, além de permitir maior mobilidade para novas provas.”
A ideia é que a forma de aplicação do novo exame siga o modelo de organização atual, com salas e horários específicos para a realização da prova, sob fiscalização. No entanto, o governo federal pretende chegar a um modelo de agendamento em que o candidato possa optar pelo dia da aplicação da prova, com diferentes datas ao longo do ano.
Ainda segundo o economista, essa é uma oportunidade de atualizar os modelos de aplicação de provas no Brasil, uma vez que o avanço tecnológico é perceptível e todos os segmentos de negócios estão se movendo em busca de modernidade, produtividade, eficácia e redução de custos. “A forma convencional do Enem está ultrapassada e expõe certa fragilidade, pois a interferência humana exige bons princípios e cultura, fato que pela amplitude atingida, não se pode garantir.”
Em 2018, mais de 300 mil candidatos se inscreveram no Enem com a intenção de cursar Ciências Contábeis, ficando entre os 10 cursos mais concorridos do exame e do Sisu.
No próximo ano, os inscritos poderão escolher entre a prova digital e a impressa. Os que optarem pela nova versão, farão a avaliação em dois domingos: 11 e 18 de outubro. Já os outros participantes que realizarão o modelo tradicional, terão uma outra data: 1º e 8 de novembro de 2020.
O número de aplicações do Enem digital aumentará progressivamente. A partir de 2021 contará com duas edições. Entre 2022 e 2025, a previsão é aumentar para quatro, ainda como formato opcional. Já em 2026, a ideia é extinguir de vez o papel.
FONTE: INEP
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