INÉRCIA
É impressionante a inércia do Governo de Rondônia em relação ao combate firme e incessante às ações humanas predadoras ao meio ambiente. Não há um ato administrativo governamental concreto indicando repressão às queimadas criminosas que são perpetradas por setores produtivos arcaicos. Não bastasse a inoperância dos órgãos estaduais de repressão aos crimes ambientais, Marcos Rocha não compareceu à reunião em Brasília organizada pelo Governo Federal com os governadores da Amazônia, na semana passada, com o objetivo de intensificar a colaboração interfederativa no controle e prevenção de incêndios na região. Embora os colegas governadores tenham participado por estarem preocupados com as mudanças climáticas que tem deixado os rios secos e com as queimadas que poluem o ar que respiramos e provocam doenças e desequilíbrios no ecossistema amazônico.
IDEOLÓGICO
Marcos Rocha usa a tática do silêncio e imobilismo quando o assunto é meio ambiente para não se incompatibilizar com setores mais atrasados e predatórios que exploram os recursos naturais de forma criminosa. Não percebe que a tática exaure nossos mananciais naturais que vão refletir negativamente a médio prazo na economia estadual em razão dos desequilíbrios que tais ações provocam na agricultura e submete a economia do estado a embargos. Não há atividade econômica abundante quando há escassez de água, e é o que está ocorrendo em Rondônia. A tática ideológica do governador sobre o assunto é suicida.
PUBLICIDADE
Nem as ações institucionais voltadas ao combate às queimadas e educação para um meio ambiente saudável que o governo Marcos Rocha colocou nos meios de comunicação são consistentes. As peças publicitárias veiculadas sequer alertam que a fumaça que deixa o ar irrespirável é prejudicial à saúde da população, além de não condenar as condutas criminosas de quem ateia fogo nos pastos e florestas.
CRIMES
Não fosse a repressão do MP e PF contra os garimpeiros, madeireiros e invasores das nossas reservas ambientais, indígenas e parques, a situação estaria muito pior. Na região de extrema as retiradas de madeira ilegal das reservas alimentam uma cadeia criminosa que enriquece o setor pecuarista com abertura de novos pastos para auferir mais lucros com o gado gordo. Nada, absolutamente nadinha de ações concretas da administração estadual para coibir tais crimes. Novas operações policiais dos órgãos desafetados com a política ainda vão ser importantes para por ordem na região. São crimes ambientais que não raro recebem apoio político de autoridades que deveriam combatê-los.
LOROTA
Não é verdade que as ações intentadas na Justiça Eleitoral pelos candidatos de oposição ao prefeito da capital, para que sejam respeitadas as vedações impostas pela legislação eleitoral quanto aos gastos com mídia, impeçam Hildon Chaves de veicular peças publicitárias emergenciais e de interesse geral de combate às queimadas, como se está a lardear por aí. Uma liminar requerida por um dos candidatos contra eventuais açodamentos da prefeitura com gastos publicitários, foi concedida parcialmente, não impedindo que o prefeito faça uma campanha educativa e institucional sobre o tema ambiental. Os demais pedidos formulados e que poderiam impedir peças institucionais, a magistrada decidiu que vai analisar no momento da sentença. A lorota serve tão somente a interesses políticos inconfessáveis. E caberá ao prefeito decidir nesta hora complicada sobre as queimadas na capital veicular ou não publicidade sobre o tema. A lorota tem condão apenas de confudir os fatos para tentar indispor o candidato requerente com os veículos de comunicação.
‘CAVALO PARAGUAIO’
Nove, em cada dez dirigentes partidários abordados pela coluna sobre as eleições de Porto Velho, são unânimes em asseverar que a candidata favoritíssima às eleições municipais, Mariana Carvalho, filha primogênita de Aparício Carvalho, tem que vencer no primeiro turno, senão o favoritismo de hoje pode virar em derrota amanhã. Exceto a entourage que cerca a família Carvalho, empresários da exploração do ensino de saúde privada em Rondônia, o ceticismo com um segundo turno é enorme. Não seria a primeira vez que Mariana perderia um pleito mesmo sendo favoritíssima, embora o entorno cante vitória antecipadamente e não acredite na fama mitológica de “Cavalo Paraguaio”.
NEGACIONISMO
Alguma coisa não está no lugar certo numa campanha de um candidato que usa suas mídias sociais para insistir na alimentação da farsa de que Pablo Maçal, candidato a prefeito de São Paulo, é vítima de censura do STF. Isto é uma empulhação. Até a família Bolsonaro reconhece que o influencier, dublê de candidato a prefeito, promove um desserviço ao processo eleitoral. O negacionismo político e intelectual é a maior perversão deste século. Ainda bem que os prognósticos independentes indicam que Pablo não passará, embora os negacionistas resistam. É melhor que os candidatos cuidem das próprias campanhas, visto que a do Marçal a justiça eleitoral está monitorando. Não há censura para quem perverte a verdade e se utiliza as ferramentas da campanha para insultar os concorrentes.
COLANDO
O candidato a prefeito da capital pela Rede Sustentabilidade, Samuel Costa, está conseguindo colar no candidato do PDT, advogado Célio Lopes, apoiado pelos dirigentes do PT de Rondônia. O que tem vergonha de Lula e omite o nome do petista nas peças da campanha. Não sabemos qual a estratégia do marketing de Lopes, uma vez que dificilmente a frente das ‘esquerdas’ consiga convencer o eleitor raiz da direita em votar no seu candidato, mas ao renegar Lula, Lopes abre uma oportunidade para que o eleitor raiz do petismo migre para a candidatura de Costa. Aliás, verdade seja dita, Samuel Costa em todas as oportunidades, inclusive quando Bolsonaro ainda era presidente, manifestava apoio a Lula e debatia de forma veemente contra os extremistas de direita. Ao colar a pecha de anti-Lula no petista, Samuel cola no peito o nome de Lula.
TEMPERATURA
Quem pensar que os céus de Rondônia vão desanuviar das fumaças e o ar ficar mais ameno em setembro, aguardem acontecimentos nos próximos dias. Há quem garanta que a terra vai tremer e muita gente será engolida pelas ações políticos-policiais que estão na fornalha. É fogaréu para todos os lados.
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