Posição, oficializada no esporte em 1998, costuma atrair quem não tem altura para fazer frente a grandalhões como Lucão, de 2,09m, e Thaísa, de 1,96m
Em meio aos gigantes do Grêmio de Irajá, ainda criança, Fabi deu início ao seu sonho. Mesmo diante de uma diferença tão grande de altura, a baixinha não pensava em outra saída para a sua vida: queria jogar vôlei. Foi atacante, pasmem, até que a criação de uma nova posição abriu o mundo do vôlei para quem sequer se imaginava entrar em uma quadra. Em 1998, ano em que a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) oficializou a entrada do líbero no esporte, Fabi esqueceu os ataques e passou a se preocupar apenas com o passe e com a defesa.
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Na quadra de vôlei, grandalhões como Lucão, de 2,09m, ou o russo Dmitriy Muserskiy, de 2,18m, costumam receber todos os holofotes. Mas, após a criação do líbero, os baixinhos também passaram a ganhar espaço nas equipes. Fabi, de 1,65m, tornou-se gigante na função e se tornou a melhor jogadora da história do país na posição.
– Eu era atacante, por incrível que pareça. Eu me iludia de fato. Desde o mirim até o juvenil, achava que ia ser jogadora de vôlei. Era titular do meu time, ajudava meu time a vencer e me imaginava jogando vôlei. Foi bacana ter essa parte ingênua. Por volta de 98, quando a FIVB oficializou que líbero passava a ser uma nova posição dentro do vôlei, eu tinha um treinador, Jaques, que foi meu treinador por muitos anos. Eu me lembro perfeitamente, chegando para um treino, ele me perguntando: “Você viu a nova posição no vôlei?”. Perguntei o que fazia. “Passa e defende”. E mais o que? Não vou fazer um ponto, um ataque? Mas ele disse que essa era a chance de eu jogar vôlei. Eu via a Mireya (Luiz, cubana, considerada uma das maiores jogadoras de todos os tempos), a Shelda. Eram as minhas inspirações. Mas ia ser muito difícil. Eu vi que aquele cara, aquele treinador, não estava dizendo para mudar de posição. Ele queria alimentar meu sonho de me jogar vôlei. Aos poucos, entendi que não tinha outra saída – disse Fabi, em depoimento ao GloboEsporte.com (veja no vídeo acima).
Hoje, de fato, há pouco espaço para baixinhos nas quadras de vôlei. Mesmo o Brasil, que nunca teve uma seleção tão alta, passou a buscar grandalhões como Lucão e Thaísa. O líbero, então, abriu as possibilidades dentro do jogo e aumentou as chances de diferentes biotipos.
Na seleção masculina, Serginho, talvez o melhor líbero de todos os tempos, mede 1,84m. Destaque da conquista do Grand Prix e convocada para os Jogos do Rio, Léia tem 1,68m. Quase não aparece na foto ao lado das centrais Thaísa, de 1,96m, e Fabiana, de 1,93m. Na equipe de José Roberto Guimarães, Gabi, de 1,76m, é quem chega mais perto.
Mas o cargo de baixinhos não é restrito aos líberos. Os levantadores também aparecem como opção para jogadores nem tão altos assim. Na seleção feminina dos EUA, maior favorita ao ouro no Brasil, Kayla Banwarth não é assim tão baixa, com 1,78m. Tanto que Courtney Thompson, levantadora reserva do time, ocupa o posto de menor jogadora, com 1,70m. Na França, o líbero Jenia Grebennikov, de 1m88m, é maior que o maestro Pierre Pujol, de 1,86m.
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