Cidades

Dólar sobe acima de R$ 3,90 após protestos, de olho em política e Fed

Na sexta, dólar avançou 1,93%, a R$ 3,8738 na venda.
No mês, há queda acumulada de 0,33%

 

 

O dólar avançava acima de R$ 3,90 nesta segunda-feira (14), com investidores repercutindo negativamente a menor presença popular nas manifestações pelo impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e adotando estratégias mais defensivas no início de uma semana marcada por eventos importantes nos cenários local e externo.

Às 11h24, a moeda norte-americana subia 1,05%, a R$ 3,9146 para venda, voltando ao patamar de R$ 3,90 no intradia depois de duas semanas. Nas duas últimas sessões, a moeda norte-americana já havia subido quase 2% em cada. Veja a cotação do dólar hoje.

Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h10, subia 0,08%, a R$ 3,8771.
Às 9h50, subia 0,59%, a R$ 3,897.
Às 10h10, subia 0,86%, a R$ 3,9071.
Às 10h20, subia 1,27%, a R$ 3,923.
Às 10h39, subia 0,97%, a R$ 3,9117.
Às 11h09, subia 0,92%, a R$ 3,9096.

“Como o mercado claramente tem visto fatores que aumentem a chance do impeachment como positivos, fatores que diminuam essa chance têm tido um efeito negativo”, disse o estrategista-chefe do banco Mizuho, Luciano Rostagno.

Milhares de manifestantes foram às ruas no domingo pedindo a saída de Dilma, mas os protestos foram menores do que eventos similares que ocorreram mais cedo neste ano.

Muitos investidores acreditam que eventual afastamento de Dilma poderia ajudar a recuperação da economia brasileira. Outros ressaltam, porém, que a turbulência política pode travar o ajuste fiscal. Alguns investidores defenderam que o avanço do dólar nas últimas sessões foi intensificado por um movimento de correção após o otimismo exagerado em relação ao impeachment, que em seguida levou a moeda a ir a R$ 3,739 no fechamento.

Na quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve decidir sobre a validade da votação dos membros da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisará a abertura do impeachment contra Dilma.

No mesmo dia, o Federal Reserve, banco central norte-americano, deve promover a primeira alta de juros em cerca de década. Operadores ressaltavam, porém, que é provável que o mercado já tenha incorporado essa informação e deve se concentrar nas sinalizações do Fed sobre seus próximos passos.

“Talvez vejamos um movimento de alta pontual (do dólar), para depois se acomodar um pouco. O mercado já está preparado”, disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados no mercado brasileiro.

O clima de aversão a risco nos mercados internacionais que vem sendo a regra nas últimas sessões, em meio a nova queda nos preços do petróleo e persistentes preocupações com a fraqueza da economia chinesa, também ajudava a pressionar a moeda norte-americana nesta sessão.

BC e últimos valores
Na sexta-feira, o dólar avançou 1,93%, a R$ 3,8738 na venda. Na semana passada, a moeda dos EUA subiu 3,61%. No mês, há queda acumulada de 0,33%. No ano, a moeda já sobe 45,7%.

Pela manhã, o Banco Central dará sequência ao seu programa diário de interferência no câmbio, seguindo a rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares.

Até agora, o BC já rolou o equivalente a US$ 4,926 bilhões, ou cerca de 46% do lote total, que corresponde a US$ 10,694 bilhões.

Fonte: G1

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