Estatísticas mostram a transição vascaína da seca de agosto para o início da reação em setembro com gols, menos erros de passe e queda em número de cartões
Após uma arrancada no segundo turno, o Vasco chega a última rodada precisando de uma combinação de resultados para escapar do terceiro rebaixamento de sua história. Para ficar na elite e confirmar a reação, o Cruz-maltino precisa vencer o Coritiba, fora de casa, e torcer por tropeços de Avaí e Figueirense. Antes do último capítulo dessa história, neste domingo, no Couto Pereira, o Espião Estatístico destrincha os números do time carioca nos meses de agosto e setembro, período em que a produção da equipe passou da água para o vinho e renovou a esperança dos vascaínos em fugir da queda.
gosto foi negro para os vascaínos. A equipe fez cinco jogos no período, três com Celso Roth e dois com Jorginho, somou apenas um ponto na tabela e sequer marcou gols. Os dados mostram que a seca não foi por falta de finalizações. Naquela etapa, o time deu em média 12,6 chutes a gol por partida, número que só ficaria abaixo do Atlético-MG, líder no quesito no campeonato com 13,7. A pontaria, no entanto, deixou a desejar. Do total da média de arremates, mais da metade – 7,4 em média – foram para fora, o que contribuiu para o longo jejum de bola nas redes.
Os erros de passe também caracterizaram o péssimo momento do Vasco naquele mês. Foram 169 passes errados ao todo, o que corresponde a quase 34 em cada uma das cinco partidas, maior do que a média correspondente de qualquer equipe na competição.
A falha no fundamento ajuda a explicar também o alto número de cartões. Sem a bola e com a pressão da má campanha nas costas, o time cometeu muitas faltas na tentativa de recuperar a posse de bola. Consequentemente foi bastante punido pelos árbitros. Receberam 5,5 amarelos em média, muito acima dos 3,16 do Avaí, por exemplo, que aparece na ponta dos mais punidos. O mesmo vale para os vermelhos, a média de 0,6 do período é o dobro da própria equipe cruz-maltina neste momento.
CHAVE DA VIRADA
Em setembro, o trabalho do técnico Jorginho começou a aparecer e alguns índices da equipe melhoraram. A reação passa diretamente pela melhora da precisão nas finalizações. O time diminuiu a média de chutes para 10,4, mas o número de erros despencou para 3,7 por jogo. O resultado foi imediato. Foram dez gols em sete partidas, sendo quatro de Nenê, 13 pontos conquistados em 21 possíveis no mês, e oito recuperados em relação ao primeiro fora do Z-4.
A melhora no passe também ficou evidente no momento de ascensão dos vascaínos. A redução da média de erros de passes de 33,8 para 28,1 é bastante significativa. Com menos falhas no fundamento, as chances reais de gol, por exemplo, aumentaram. Nos sete jogos que fizeram naquele mês, os comandados do técnico Jorginho tiveram, em média, uma oportunidade clara de marcar a mais, mesmo com um percentual de posse um pouco menor – de 53 para 49.
Apesar da média de faltas cometidas ter permanecida a mesma, os cartões reduziram drasticamente. Foram, em média, três amarelos a menos em setembro. Em relação aos vermelhos o panorama foi o mesmo. Se em agosto três jogadores foram expulsos em cinco partidas, no mês seguinte foram dois em sete. Com isso, o técnico Jorginho passou a ter menos desfalques por suspensão na sequência.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por Bruno Marques, Davi Monteiro, Gabriela Pantaleão, Guilherme Marçal, Gustavo Pereira, Igor Gonçalves, Leandro Silva, Pedro Lopes, Roberto Teixeira, Rodrigo Breves e Valmir Storti.
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