Agronegócio

Desmame de leitões deve ser feito com menos estresse e foco na nutrição de matrizes

Biomin aborda o controle da diarreia pós-desmame com o uso de soluções naturais

 

Sem a devida atenção, o desmame pode ser um período crítico para leitões. O primeiro desafio é a mudança da dieta líquida para a sólida. Além disso, eles também precisam se adaptar a um novo ambiente e a outra rotina na granja. Convidado pela Biomin, o dr. Christian Fink, diretor da SEGES Danish Pig Research Centre, falou sobre os desafios dessa fase em suínos em mais um webinar da série “Antibiotic Reduction”.

“A combinação dos elementos estressantes pode resultar em baixo consumo de ração. A menor ingestão de nutrientes necessários pode comprometer o bom desempenho ao longo de toda a vida dos animais. Outro desafio também comum nesse período é a diarreia pós-desmame (DPD), causado pela bactéria Escheria coli”, explica o especialista.

Dr. Christian informa que o óxido de zinco ganhou popularidade no controle da diarreia pós-desmame após a União Europeia banir o uso de antibióticos promotores de crescimento. Porém, o Comitê para Uso Veterinário Europeu constatou que o impacto ambiental superava as vantagens do seu uso, já que o estrume rico em zinco, quando acumulado no solo, pode representar risco de contaminação dos lençóis freáticos. “Em 2016, o Comitê estipulou prazo de cinco anos para que os países da UE reduzissem o óxido de zinco até sua eliminação total”, diz.

Em sua apresentação, o pesquisador compartilhou a estratégia usada pela Dinamarca na busca por alternativas naturais para o óxido de zinco. “Nosso objetivo era eliminar o óxido de zinco sem ter efeitos negativos no bem-estar animal. O grande desafio era conseguir uma solução com bom custo-benefício, sem a necessidade de usar antibióticos, que não representam uma opção com a crescente resistência antimicrobiana”.

Segundo o dr. Fink, o controle da diarreia em leitões é complexo, pois tem de levar em consideração diversos fatores, como manejo, clima, alimentação, qualidade dos animais, protocolo vacinal, diagnóstico e estratégia de tratamento. “No entanto, a alimentação é um dos fatores mais importantes, o que nos leva a discutir que estratégias nutricionais podem ser mais eficazes quando o objetivo é eliminar gradualmente o uso de óxido de zinco e prevenir a diarreia pós-desmame”, destaca.

Os cuidados necessários para obter leitões saudáveis devem começar na alimentação das porcas, já que elas fornecerão o colostro, responsável por garantir imunidade aos recém-nascidos. “A dieta das matrizes deve ser pensada da gestação ao pós-parto, com a escolha dos nutrientes mais indicados, níveis de digestibilidade e inclusão de aditivos nutricionais. A dieta deve ter os níveis de proteínas e cálcio reduzidos”, reforça o especialista convidado para o webinar da Biomin.

Além disso, há fatores predisponentes, que podem agravar o problema. É o caso de genética, idade do desmame, anorexia pós-desmame e fragilidade do sistema imunológico. Mas os desafios dos suinocultores não param aí. Eles devem ficar atentos aos fatores externos que podem e devem ser melhorados, começando pelas condições das instalações, densidade de animais e controle de outras infecções oportunistas.

O Christian Fink recomenda que durante o período de amamentação a dieta tenha teor de cálcio e proteínas reduzidos, as quais, em excesso, não são digeridas pelo intestino grosso. “Dessa forma, reduz-se o risco de fermentação das proteínas, processo que pode danificar as funções e estruturas na mucosa intestinal. A combinação de vários aditivos para rações, como desativadores de micotoxinas, ácidos orgânicos, probióticos e fitogênicos, contribui para um microbioma intestinal em equilíbrio, importante para manter os níveis de desempenho dos suínos”.

Ele destaca a importância de bons funcionários para o correto manejo de leitões, já que eles conhecem a rotina da granja e podem realizar as adaptações necessárias de acordo com as necessidades de cada propriedade.

“Não existe uma única solução milagrosa para resolver esse problema. Precisamos investir constantemente em pesquisa e desenvolvimento para garantir a qualidade e a segurança da cadeia de proteínas animais. A estratégia precisa ser traçada de forma a entender as necessidades de cada granja para encontrar a solução que funcionará de acordo com os desafios de cada uma”, pontua o Dr. Christian Fink.

FONTE: ASSESSORIA TEXTO COMUNICAÇÃO

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