Keity Mota Soares falou em juízo durante julgamento de outros réus no crime; inquérito segue em segredo de justiça
A delegada Keity Mota Soares, que preside o inquérito sobre o assassinato do prefeito de Candeias do Jamari Francisco Vicente de Souza, que era conhecido como “Chico Pernambuco”, afirmou em declaração na condição de testemunha de acusação, que o atual prefeito do município, Luiz Ikenoguchi tem participação direta no crime.
A afirmação da delegada se baseou em todas as investigações que estão sendo feitas sobre o assassinato, ocorrido em 19 de março do ano passado. De acordo com o inquérito, a motivação para o crime foi política e Chico vinha demonstrando preocupação com sua segurança, “a filha de Chico chegou a mandar um carro blindado para ele, que estava na garagem no dia de sua morte”, esclareceu a delegada.
Keity Mota também revelou que a principal motivação do assassinato foi a recusa do prefeito em favorecer o grupo do então vice-prefeito em licitações no município. A delegada também informou que foram encontradas uma série de telefonemas de um dos assessores de Luiz Ikenoguchi, Fernando Cavalcante que seria uma espécie de “braço direito do Luiz (prefeito) e do Katsumi (primo do prefeito que está foragido)” com os executores. De acordo com a policial, Fernando atualmente é secretário na prefeitura.
PAINEL POLÍTICO teve acesso aos vídeos do depoimento da delegada. Confira abaixo a íntegra de suas declarações.
Chico Pernambuco foi assassinado à tiros em 19 de março de 2017 quando sofreu uma emboscada pelos atiradores. Em 4 de abril a polícia prendeu Marcos Ventura Brito, por posse de drogas e ele confessou envolvimento na morte de Chico. Em 8 de maio a Polícia Civil revelou familiares do atual prefeito, Luiz Ikenoguchi estariam envolvidos no crime, e que teriam pago R$ 50 mil pelo assassinato do prefeito.
O grupo ligado ao então vice-prefeito, teria financiado R$ 300 mil para a campanha de Chico em 2016, em troca o prefeito deveria entregar a eles as secretarias de Educação e Agricultura. Pernambuco não teria cumprido o acordo e ainda teria se recusado a manter um contrato de transporte escolar que pertencia ao grupo.
Apesar de pelo menos cinco pessoas já terem sido condenadas, o caso ainda está aberto.
FONTE: PAINEL POLITICO
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