Após ser retirado de dentro da sala de aula nesta segunda-feira (16), no primeiro dia de retorno das aulas presenciais, o estudante autista Gustavo Berillo, 9 anos, ganhou uma vaga na Escola Municipal Antônio Ferreira, referência no cuidado de crianças com esse tipo de transtorno, segundo anunciou o prefeito Hildon Chaves, na noite desta terça-feira (17).
O caso ganhou repercussão nas redes sociais desde a segunda-feira (16), após a mãe da criança, Mabel Colares, gravar um vídeo detalhando que a criança teria sido retirada de sala de aula por causa da falta de um cuidador. O caso aconteceu no Colégio Santa Marcelina, localizado no Bairro Embratel, em Porto Velho.
Em uma rede sacial, Hildon Chaves, ao lado da sua esposa Ieda Chaves, compartilhou um pouco da conversa virtual que teve nesta tarde com o apresentador Marcos Mion, e com a mãe de Gustavo, Mabel Colares. O prefeito disponibilizou uma vaga para Gustavo Berillo, na rede municipal. “Junto com a Mabel, e a AMA, vamos planejar uma missão para que todo o autista e criança com deficiência tenha seu direito assegurado e cumprido”, disse Hildon Chaves.
O caso
Ao RONDONIAGORA, a mãe informou que dias antes das aulas iniciarem, a escola enviou um comunicado via whatsapp anunciando o retorno. Ela então assinou um termo de responsabilidade e enviou para o colégio.
Com todos os itens de proteção contra o coronavírus, a mãe de Gustavo se aproximou com o filho da entrada do colégio. Foi nesse momento que ela foi barrada pela vice-diretora informando que ele não poderia ficar na instituição. “Ela só falava que ele não podia ficar no colégio, não tinha outro argumento além desse”, relatou.
Durante o tempo em que Mabel tentava resolver o problema, Gustavo, que estava muito feliz, e animado para o retorno das aulas, foi para a sala de aula juntamente com os demais colegas de classe. “Eu estava conversando com a vice-diretora, quando avistei uma servidora trazendo meu filho, após ele ser retirado de sala de aula. Foi muito dolorido ver o Gustavo passando por aquela situação”, disse.
A mãe conta que foi barrada pela vice-diretora na frente de outros pais de alunos. A Polícia Militar foi acionada por ela, os militares confeccionaram um comunicado e Mabel foi encaminhada para a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), onde Mabel Colares fez a denúncia. O Conselho Tutelar também foi comunicado sobre o ocorrido. “Foi um constrangimento muito grande, na frente de outros pais”, disse.
A mãe não teve outra opção, e precisou voltar para casa com o filho. “Dentro do carro ele começou a me questionar sobre o porquê não tinha ficado no colégio e perguntava a todo tempo pela irmã que ficou estudando. Foi quando eu comecei a gravar o vídeo, porque a situação em que ele foi colocado me machucou muito. Só quem tem um filho autista entende o que eu passei e o que eu passo com ele”, desabafou Mabel Colares.
A vice-diretora disse foi enviado um ofício para a Seduc solicitando um cuidador para Gustavo, mas a secretaria não teria atendido ao pedido até esta segunda-feira (16).
Agora, ela vai levar o caso em forma denúncia para o Ministério Público Estadual (MP). “Tudo isso que aconteceu com meu filho vai ser denunciado”, afirmou.
Questionada se o colégio entrou em contato com ela, Mabel Colares disse que foi procurada pela direção e chamada para comparecer até a Santa Marcelina nesta quarta-feira (18), para uma conversa.
O jornal tentou contato com a escola mas não obteve retorno.
FONTE: RONDONIAGORA.COM
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