Já se imaginava que a Copa América seria difícil para o Brasil, depois da força demonstrada pelas seleções sul-americanas no Mundial do ano passado. O que não se esperava era que a equipe verde-amarela fosse fracassar exatamente diante dos adversários menos expressivos do continente. Lanterna das últimas eliminatórias, o Paraguai eliminou o Brasil nas quartas de final, neste domingo, em Concepción, repetindo o feito da edição anterior do torneio. Assim como há quatro anos, também nos pênaltis: 4 a 3, após empate em 1 a 1 no tempo normal. O Brasil chegou a abrir o placar mas sofreu o empate no segundo tempo, em pênalti cometido de forma estabanada por Thiago Silva.
A decepção com a campanha no Chile aumenta quando se lembra que, dos quatro adversários brasileiros na Copa América, três não foram à Copa do Mundo. A seleção estreou com vitória sofrida sobre o Peru (2 a 1) com um gol no último minuto, graças ao talento de Neymar, e fez 2 a 1 na Venezuela na terceira rodada, já sem o camisa 10. Na única partida contra uma seleção que veio ao Mundial, o Brasil perdeu para a Colômbia (1 a 0), no jogo que marcou a eliminação de Neymar do torneio, expulso em campo e suspenso por quatro jogos, por ter ofendido o árbitro Enrique Osses.
Além da eliminação precoce, a seleção brasileira volta para casa com mais um motivo de preocupação: por ter feito apenas duas partidas sem Neymar, não poderá contar com seu único jogador fora de série nas duas primeiras rodadas das eliminiatórias para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, em outubro. A tabela ainda será conhecida, no sorteio marcado para o dia 25 de julho. O craque do Barcelona só voltará à seleção na terceira partida, depois de completar sua suspensão.
O início da seleção contra o Paraguai foi animador. Já no primeiro minuto, Phillipe Coutinho bateu de longe e obrigou o goleiro Villar a espalmar para escanteio. Só que também havia emoção do outro lado do campo, e por pouco o Paraguai não abriu o placar em cruzamento rasteiro de González para Roque Santa Cruz, que Thiago Silva cortou no limite. O Brasil mostrou mais eficiência: aos 14 minutos, Daniel Alves cruzou, a bola passou por Roberto Firmino e chegou a Robinho, que bateu livre da pequena área para fazer 1 a 0.
O Paraguai continuou pressionando no segundo tempo e, aos cinco, Jefferson espalmou a falta cobrada por González, à esquerda da áera. Em seguida, Haedo Valdez cabeceou por cima, após outro escanteio para os paraguaios. Aos 14, em jogada semelhante, Jefferson fez grande defesa em cabeçada de Paulo da Silva, no canto esquerdo.
Pressionado, o Brasil se resumia a tentativas de contra-ataque, sem sucesso, mesmo depois da entrada de Douglas Costa no lugar de Willian. Faltava, porém, a precisão no passe. Phillipe Coutinho quase deixou Robinho livre, mas o atacante estava impedido. Depois, a zaga paraguaia impediu a combinação entre os dois. Aos 21, foi a vez de Firmino buscar Elias na área, para novo corte. Faltava uma organização mínima para aproveitar os espaços dados pelo rival.
Com mais valentia que talento, o Paraguai continuou buscando o empate. E alcançou graças a uma falha de Thiago Silva, que colocou a mão na bola ao subir para disputar o cruzamento com Roque Santa Cruz, lance idêntico ao que ele havia cometido em março, em um jogo do Paris Saint-Germain pela Liga dos Campeões da Uefa. González cobrou o pênalti com categoria, e igualou o placar, aos 26 minutos.
Só então o Brasil resolveu atacar, e o jogo ficou aberto. Bobadilla, em contra-ataque rápido, chutou forte para Jefferson espalmar a escanteio. O troco brasileiro veio em conclusão de Phillipe Coutinho, que Villar rebateu para a frente. Sem organização, a seleção não voltou mais a levar perigo, e o jogo foi para os pênaltis, como em 2011.
Fernandinho cobrou forte a primeira penalidade, e Villar não conseguiu segurar: 1 a 0 Brasil. Martínez soltou uma bomba no meio do gol e empatou. Éverton Ribeiro, que entrara no lugar de Robinho aos 41 do segundo tempo, bateu muito mal, para fora. O rubro-negro Cáceres colocou o Paraguai na frente: 2 a 1. Miranda converteu sua cobrança, mas Bobadilla manteve os paraguaios na liderança. Douglas Costa isolou a quarta cobrança do Brasil, mas Roque Santa Cruz também mandou por cima do travessão. Phillipe Coutinho empatou a série, mas a esperança brasileira acabou na cobrança de González, o autor do gol de pênalti no tempo normal, que decretou a vitória paraguaia por 4 a 3.
Add Comment