Insatisfação de parlamentares e protesto contra Follador agravam a situação do coronel Caetano
Fantástico
A qualidade dos cursos de Medicina e sua proliferação no país despertava uma inquietação nos meios acadêmicos, particularmente em Rondônia. O programa dominical Fantástico, da Rede Globo, confirmou, anteontem (23), a desconfiança em relação à qualidade destes cursos. O que não passou despercebido foi o uso indevido de estudantes exercendo ilegalmente a profissão na rede estadual de saúde, conforme restou induvidoso na reportagem. A imagem de uma criança com um quadro aparentemente grave sendo atendida por uma estudante revela a irresponsabilidade de nossas autoridades estaduais para com a população desassistida. O mais grave é que o prefeito da capital e o governador são médicos.
Omissão
A reportagem do fantástico também constata a situação de esgotamento das instalações do hospital João Paulo II, com macas enfileiradas ocupadas por pacientes. São cenas tristes para a medicina rondoniense e para o ensino superior. Com a palavra o omisso Conselho Estadual de Medicina responsável pela fiscalização e regulação da profissão.
Incompatibilidade
Como autarquia especial caberia ao Conselho Estadual de Medicina (CRM) fiscalizar o exercício profissional na rede estadual de saúde seja pública seja privada para impedir que o paciente tenha a melhor assistência. As imagens reveladas pelo Fantástico são estarrecedoras e mereciam uma resposta contundente da autarquia. O problema é que um dos dirigentes do CRM acumula o cargo honorífico com o comissionado na Secretaria de Estado da Saúde. A duplicidade de funções gera, em tese, incompatibilidade na fiscalização do sistema.
Lava jato
Na denúncia contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, protocolizada no STF, o Ministério Público Federal (MPF) faz referências à usina Apertadinho, localizada no município rondoniense de Vilhena, que causou um tremendo dano ambiental depois do estouro da barragem. Por causa desse desastre o operador financeiro, Lúcio Funaro – amigo de Eduardo Cunha – e o empresário Milton Schahin travam uma guerra fratricida na justiça em torno da responsabilidade pelos prejuízos ambientais causados em Vilhena, desde 2008.
Pressão
De acordo com o MPF, Funaro usou a influência com Cunha para convocar Milton Schahin para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os malfeitos da Petrobras. Além dos negócios em Rondônia, a empresa de Schahin ganhou licitações de sondas com a Petrobras, embora a motivação para que Schahin fosse convocado na CPI tenha sido a relação de amizade entre o desafeto (Funaro) e o presidente da Câmara Federal (Cunha), decorrente da briga causada pela destruição da Usina Apertadinho em Vilhena.
Apertadinho
A revista Piauí, última edição, ao perscrutar as relações entre Lúcio Funaro e Eduardo Cunha, revela que os caminhos de Funaro e Schahin se cruzaram em 2007, quando a Gallway – uma empresa registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, da qual Funaro é a única face visível – comprou a central hidrelétrica em construção no entorno de Vilhena. Funaro pensava em expandir os negócios no setor elétrico, juntar várias usinas numa mesma empresa e depois oferecer ações na Bolsa. Pela usina rondoniense pagou 75 milhões de reais, herdando uma dívida de outros 150 milhões com três fundos de pensões de estatais. Quem tocava a obra em Vilhena era Schahin, com quem Funaro fechou negócio.
Lamaçal
Pouco meses depois do negócio fechado, um acidente fez ruir os plano de Funaro: em nove de janeiro de 2008, assim que o lago da represa foi alagado, a barragem se rompeu, provocando uma avalanche de lama que inundou 280 hectares e elevou o nível do rio em mais de 4 metros, além de desalojar centenas de famílias no entorno. Passado esses anos, a área ainda se encontra sob a lama, aguardando uma decisão judicial para que o responsável pelo desastre ecológico seja obrigado a indenizar os danos. Daí o envolvimento da usina rondoniense com a operação Lava Jato e, por conseguinte, a denúncia de Eduardo Cunha.
DER
Quem transita nas rodovias que dão acesso pela RO 205, sentido Cujubim, foi surpreendido com uma manifestação por faixas em todo percurso, cobrando a recuperação das vias e acusando o deputado estadual Adelino Follador de fraco e culpado pela inoperância do Departamento de Estradas e Rodagens. Entre os parlamentares, a direção do DER não goza de boa reputação. O próprio governador chegou a comentar com assessores palacianos a intenção de dispensar o atual diretor geral do órgão. Follador é alvo das manifestações porque foi o parlamentar mais votado naquela região e não vem correspondendo aos votos recebidos.
Lorota
Há uma discussão sem sentido em relação à implosão ou não dos viadutos. A questão incontroversa é: quando vão concluir as obras? Já prometeram várias vezes e nada delas serem retomadas. Enquanto a lorota sobre os escombros ocupam a mídia, o prefeito da capital faz de conta que não tem nada a ver com a situação. Mas tem, e muito!
Lorota II
Ao assumir a administração da capital, Mauro Nazif (PSB) prometeu ao programa CQC que concluiria as obras em pouco tempo. Ao perceber que a assessoria era incompetente para concluí-las, devolveu o pepino (digo, viadutos) ao DNIT, embora tenha demorado vários meses para se convencer de que não tocaria a obra. Após a devolução, nunca mais voltou a sequer cobrar a conclusão. Chega de lorota: a população quer uma solução, além de um bom prefeito.
Belzebu
Tem provocado polêmica na população de Guajará-Mirim à decisão do prefeito Dr. Dulci (PT) de pintar os muros do cemitério de vermelho. Embora na maioria das cidades a opção seja pelo branco, o prefeito petista optou pelas cores do seu partido. Será presságio? Já que o vermelho representa no imaginário cristão a morada do belzebu!
Instabilidade
A instabilidade política no município de Jaru não decorre apenas do afastamento da atual prefeita Sonia Cordeiro (PT). As relações entre a mandatária municipal e a Câmara dos Vereadores nunca foram amistosas e o afastamento somente agravou a situação política. Verificando os antecessores da atual prefeita concluiremos sem margem de erro que a instabilidade política municipal é atávica. Coisa de maluco!
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