Antes de colocar a mensagem na luz negra, é preciso borrifá-la com um sal – que torna as moléculas fluorescentes e revela o conteúdo temporariamente
Esqueça os velhos truques com limão: tintas invisíveis caseiras não são páreo para a invenção mais recente de Congyang Zhang, da Universidade de Jiao Tong, na China.
O pesquisador e sua equipe criaram uma tinta à base de chumbo que só é ativada com a adição de um sal específico – por meio de uma reação química que torna as moléculas na superfície do papel fluorescentes quando expostas à luz negra. Ou seja: a mensagem secreta fica oculta sob duas camadas de proteção. Além de ter acesso a uma fonte de radiação ultravioleta, um possível enxerido precisaria saber exatamente qual composto faz o pigmento brilhar. Não é infalível, mas não dá para negar que ajuda.
Também é possível usar outro sal para promover a reação oposta – e ocultar a mensagem após a leitura. Esse processo pode ser repetido diversas vezes, o que permitia, em uma situação real, a consulta de um documento confidencial sempre que necessário, sem interferir na sua segurança. Os sais são diluídos em um solvente e aplicados usando um spray.
A descoberta saiu na Nature, em que leitores versados em química podem entender o truque com todos os requintes de crueldade da tabela periódica. Os testes foram feitos com uma impressora doméstica modificada e papel tradicional. O maior problema, agora, é encontrar um substituto inócuo para o chumbo – o componente é tóxico e causa problemas de saúde graves. Os pesquisadores afirmaram que a tinta foi descoberta por acidente quando eles pesquisavam nanomateriais brilhantes mais eficientes para a fabricação de telas de aparelhos eletrônicos.
Fonte: Super Interessante
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