Posição, que viveu ostracismo na Europa, ganha relevância no país na atual temporada, com aposta em jogadas de bola parada para chegar ao gol
O chamado ‘centroavante de ofício’, aquele atacante que muitas vezes se coloca na área à espera de um passe para marcar o gol, retornou com força aos clubes do futebol brasileiro nesta temporada.
Como as bolas paradas têm sido um recurso fundamental para as equipes chegarem ao gol, este tipo de atleta se tornou, também por isso, peça fundamental para os treinadores do país.
Sem que seja uma regra, a situação contrasta com a de muitas equipes europeias, que costumam utilizar “o falso 9”, jogador cujas características são de maior movimentação, sem ficar muito fixo na área à espera da bola para finalizar ao gol.
Isso também em função de os esquemas táticos no velho continente valorizarem mais a troca de passes e não tanto os lançamentos para a área.
Os destaques: Ricardo Oliveira e Gustagol
O atacante Ricardo Oliveira, do Atlético-MG, se encaixa ao estilo clássico do centroavante, por exemplo. Neste ano, já marcou nove gols nos nove jogos do Galo na temporada.
Cinco deles foram no Campeonato Mineiro e outros quatro, na fase de Pré-Libertadores, na qual o Atlético-MG já eliminou o Danubio, do Uruguai. Ele lidera a artilharia entre os principais clubes brasileiros neste início de ano.
Logo em seguida vem Gustagol, outro típico centroavante, que até lembra o saudoso Baltazar, o ‘Cabecinha de Ouro’, do Corinthians nos anos 50. Em nove jogos, ele marcou sete gols, três deles de cabeça.
O alto índice de aproveitamento do jogador fez até o técnico do Corinthians, Fábio Carille, revelar que insiste para que seus jogadores façam a jogada tradicional de chegar à linha de fundo para o cruzamento, a fim de aproveitar o oportunismo de Gustagol, autor do gol da vitória no clássico contra o São Paulo, no último domingo.
Centroavantes dominam
No São Paulo, o artilheiro da temporada também é um atacante, que tem atuado mais próximo da área. Trata-se de Pablo, contratado junto ao Athletico em dezembro por 6 milhões de euros (R$ 25,2 milhões), que marcou três gols em nove jogos.
Mesmo com Borja sendo criticado por parte dos torcedores do Palmeiras, o técnico Luiz Felipe Scolari tem demonstrado confiança no jogador, armando um esquema que prepare as jogadas para sua finalização.
Até agora, com os gols distribuídos entre vários jogadores, Borja é o artilheiro do time na temporada, com dois gols em seis jogos.
No Santos, têm funcionado a aposta tanto no “falso 9” como no centroavante. Jean Mota, o atual artilheiro do time, com sete gols, faz a função de atacante com maior movimentação. O meia Derlis Gonzalez, por sua vez, foi adaptado para a posição de centroavante mais fixo. E tem correspondido. Fez quatro gols em 11 jogos e é o vice-artilheiro da equipe.
O Cruzeiro tem no experiente Fred, um centroavante “das antigas”, o artilheiro da equipe neste ano. Ele fez quatro gols em sete jogos. Raniel, também centroavante, é o vice-artilheiro, com três.
O Grêmio não tem um atacante fixo como artilheiro. Mas aposta neste tipo de jogador. Vizeu fez dois gols até aqui e está atrás de Luan, Pepê e Jael, que deixou o clube, autores de três gols em sete jogos.
À espera de Guerrero
O Inter ainda não estreou seu centroavante principal, o peruano Paolo Guerrero. Mas valoriza muito a função, tendo em Willian Pottker uma referência ofensiva. Ele marcou apenas um gol, mas tem se mantido entre os titulares. Nico López, aliás, fez dois e também joga neste setor.
Rio de Janeiro
O Flamengo tem em Gabigol, que chegou em 11 de janeiro, sua maior esperança de gols. Mesmo assim, outro centroavante, Henrique Dourado, pode despontar, tendo feito dois gols nestes seis primeiros jogos do ano. O artilheiro do time é Bruno Henrique, com três gols até agora.
No Fluminense, os atacantes de área também têm espaço e depontam como destaques: Luciano marcou cinco gols e Yonny Gonzalez, quatro, em oito jogos.
O Vasco ainda aguarda um maior número de gols de seu principal atacante fixo: apesar de se movimentar bem e ajudar no primeiro combate, Maxi Lopez fez apenas um gol em 2019.
A artilharia do campeão da Taça Guanabara, equivalente ao primeiro turno do Campeonato Carioca, está com dois jogadores de mobilidade, Marrony, com quatro gols, e Yago Pikachu, que fez outros dois,.
No Botafogo, dois centroavantes são destaques do time. Erick, que fez dois gols neste ano, e Rodrigo Pimpão, que sabe fazer essa função, mas marcou apenas um gol até agora.
LISTA DE ARTILHEIROS NO INÍCIO DE 2019
Ricardo Oliveira (Atlético-MG) – 9 gols
Gustagol (Corinthians) – 7 gols
Jean Mota (Santos) – 7 gols
Luciano (Fluminense) – 5 gols
Fred (Cruzeiro) – 4 gols
Yonny Gonzalez (Fluminense) – 4 gols
Marrony (Vasco) – 4 gols
FONTE: R7.COM
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