É uma decisão que compete às federações, mas o presidente Ednaldo Rodrigues quer ouvir sugestões
Mais do que nunca, o calendário do futebol brasileiro tem sido alvo de muitas críticas, principalmente dos grandes clubes, pela enorme quantidade de jogos que são obrigados a disputar numa temporada. Muitos reclamam dos Estaduais, que são disputados no início do ano, sobrecarregando o resto do calendário.
A novidade é que o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, em recente entrevista, admitiu pela primeira vez a possibilidade de reduzir esses torneios regionais:
“Se os clubes propuseram às federações, não há problema nenhum em reduzir para 12 datas. Hoje são três federações que fazem campeonatos com 16 datas, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. As outras já fazem em 12. Isso não passa pela CBF. São filiados às federações e podem discutir os campeonatos… Não interfiro no trabalho da comissão. Vamos ouvir os clubes. Eles disseram que têm uma proposta, marquei então para o Departamento de competições se reunir com eles para mostrar o que é possível fazer”, disse o cartola.
A comissão dos clubes é composta por nove clubes, sendo cinco da Série A, Inter, Atlético-GO, Fortaleza, São Paulo e Fluminense.
Desemprego
Existe, por outro lado, uma grande preocupação com o desemprego. Sim, porque a grande maioria dos jogadores profissionais do pais atua em times regionais, que disputam apenas os Estaduais. Ou seja, esses atletas tem um mercado de trabalho de quatro meses, no máximo, e depois ficam desempregados.
Em nosso país, atualmente com quatro divisões, o calendário oferta 124 vagas distribuídas entre Série A, B, C e D. No último ano, de acordo com a CBF, o Brasil teve 863 clubes profissionais registrados e em atividade. Ou seja, 86% ficaram fora das divisões nacionais, limitados aos torneios estaduais de curta duração.
Para o Distrito Federal não há previsão de mudanças no Estadual; mas, a título de ilustração, podemos avaliar o caso do Brasiliense. O clube mais rico do DF ficará de fora da Série D e da Copa do Brasil em 2025, restando-lhe apenas no Candangão, que dura até o começo de abril. Como fica a situação do elenco no restante do ano?
A realidade é que, enquanto uns reclamam dos excessos, a imensa maioria lamenta a falta de jogos. Ou seja, poucos jogam muito e muitos jogam pouco.
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