60% dos pacientes atendidos nas UPAS são classificados com verde ou azul e poderiam recorrer às unidades de saúde
Pacientes com quadro de pouca gravidade, que deveriam ser atendidos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), somam maior número na procura dos serviços nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Porto Velho, aponta levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).
De janeiro a agosto deste ano, as quatro unidades de pronto atendimento da capital (UPA Sul, UPA Leste, Policlínica Ana Adelaide e Policlínica José Adelino) atenderam juntas mais de 236 mil pessoas, sendo 60% de pacientes classificados como verdes e azul, ou seja, situações de pouca ou nenhuma urgência.
O mesmo comportamento foi apresentado no ano de 2022, quando as UPAs registraram 327 mil atendimentos durante todo o ano, com 66% deles voltados para pacientes que apresentavam sintomas leves, classificados no acolhimento como verdes ou azul.
Em todo o país, as UPAs realizam atendimento de urgência e emergência. Atuam com o sistema chamado Classificação de Risco, definido através da Portaria 2.048 do Ministério da Saúde, cujo objetivo é avaliar o grau de urgência e gravidade dos pacientes para definir a ordem de prioridade para o atendimento.
Casos que apresentam sintomas leves recebem a cor verde como classificação de risco, mediante a triagem de um profissional capacitado. Por isso, esses pacientes têm condições clínicas de aguardarem um tempo maior para serem atendidos, o que gera, muitas vezes, reclamações da população e até casos de ameaça e violência contra os servidores das unidades.
Para a médica e secretária-adjunta da Semusa, Marilene Penati, é preciso esclarecer melhor à população como funciona o sistema de classificação de risco, para que busquem sempre o atendimento que se encaixa na necessidade do cidadão, evitando esperas alongadas.
“A prioridade no atendimento das UPAs são os casos de urgência e emergência que apresentam maiores riscos de agravamento ou morte, caracterizados como vermelho e amarelo. Esses pacientes sempre vão passar na frente dos verdes e azuis, pois tem prioridade de atendimento. Quando os pacientes reclamam que estão aguardando muito tempo dentro das unidades, significa que eles não estão enquadrados na urgência ou emergência, são considerados verde e azul”, esclarece a secretária.
ATENÇÃO BÁSICA
Aos pacientes com sintomas leves, a Semusa recomenda que o atendimento seja realizado na unidade de saúde (postinho), mais próxima. Para isso, há um grande esforço da Prefeitura na reestruturação e fortalecimento da atenção básica.
Além das reformas e melhorias estruturais em andamento, a Semusa passa a contar também com novos médicos para atender nas unidades básicas. Através do Programa Mais Médicos, foram convocados 37 médicos para os postinhos de Porto Velho, sendo que 23 deles já começaram a atuar, o que garante maior cobertura de atendimento nos bairros.
As unidades básicas de saúde estão preparadas e equipadas para receber o cidadão desde criança até o idoso. Se houver necessidade, o paciente pode ser encaminhado para uma UPA, conforme avaliação de gravidade.
De segunda a sexta-feira, as equipes multidisciplinares realizam atendimentos como consultas com médicos e dentistas, exames laboratoriais, acompanhamento de pessoas com doenças crônicas como diabetes e hipertensão, dores leves, lesões de pele, encaminhamentos para especialistas, troca de receita, acompanhamento de crianças e gestantes, vacinação, entre outros.
CASOS ATENDIDOS NAS UPAs:
– Fraturas, luxação, entorse
– Hemorragia
– Intoxicação
– Parada cardiorrespiratória
– Sangramentos
– Diabético com alterações
– Dor intensa ou de início imediato
– Dor torácica intensa
– Falta de ar intensa, crise asmática
– Febre (acima de 40 graus)
– Alteração súbita de comportamento, agitação, ou desmaios
– Choque elétrico
– Coma
– Convulsão
– Entre outros
FONTE: ASSESSORIA COMDECOM
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