Esporte

Brasil x Inglaterra fecha ano pré-Copa, e Tite pede últimas respostas à bola

Em cena clássica na Seleção, técnico diz que espera respostas da bola: veja quais ela poderia lhe dar

 A cena já é um clássico dos encontros da seleção brasileira, e tem se repetido nessa passagem pela Europa, que se encerra no amistoso contra a Inglaterra, nesta terça-feira, em Wembley, às 18h (de Brasília). A TV Globo, o SporTV e o GloboEsporte.com vão transmitir ao vivo.

Enquanto jogadores se aquecem, Tite anda para lá e para cá no gramado, sempre acompanhado da bola. Sua mente parece estar em outra galáxia. Como se fosse um garoto esperando companhia para jogar, dá leves chutes na bola, que determinam seu percurso.

Às vezes se alonga para enfrentar o frio londrino ou para e assiste a um pedaço do treino dos goleiros, posição sobre a qual ele está absolutamente seguro de que a bola está em boas mãos.

Perguntamos a ele o que se passa em sua cabeça nesses momentos, e em meio à complexidade tática de sua resposta, veio a colocação mais humana:

– Eu fico falando com a bola, querendo que ela me fale alguma coisa (risos).

O jogo completará mais uma etapa da preparação rumo à Copa do Mundo. Nela, Tite procurou muitas respostas.

Seria tão mais fácil se a própria bola lhe solucionasse dilemas como o que deve ser feito caso ele precise buscar um resultado no segundo tempo de um jogo, ou quem devem ser os substitutos de seus principais artilheiros.

O duelo com a Inglaterra encerra o último ano da Seleção antes do Mundial da Rússia, e Tite só terá o grupo reunido novamente daqui a quatro meses, em março, quando enfrentará Rússia e Alemanha nos derradeiros amistosos antes de escolher seus 23 jogadores da Copa.

Até lá, o técnico não deixará de pensar nem um dia sequer. Talvez almoce ou durma acompanhado da bola para tentar encontrar respostas. Abaixo, algumas perguntas que ele pode estar fazendo feito para sua amiga íntima:

  • O Brasil vai conseguir manter o nível contra grandes seleções europeias?

Pela primeira vez, Tite vai comandar sua equipe num clássico com um rival do Velho Continente. Treinos táticos foram refinados antes do jogo, com simulações do adversário, vídeos, todos os ingredientes para que a Seleção possa tentar se impor como fez nas eliminatórias, desde que ele assumiu. Passar bem por essa fronteira é uma etapa importante.

  • O que fazer com Willian, Fernandinho e Thiago Silva?

Tite é louco para escalar esses três jogadores. É fã do comportamento e do futebol deles. Só que os titulares das posições não dão nenhuma brecha. Nesta terça, eles começam no banco.

  • Que jogador do meu banco de reservas pode mudar minha produção ofensiva?

Além de Willian, um meia-atacante que normalmente será sua primeira substituição, Tite busca por mais luz, termo que ele mesmo usa para definir o talento que possa resolver um jogo. Ele espera que Diego, do Flamengo, possa ser um deles. Por isso, o meia deverá entrar ao longo do amistoso contra a Inglaterra, já que não pôde atuar nos últimos jogos, lesionado.

  • Se eu não tiver Neymar e Gabriel Jesus, quem são os substitutos ideais?

A dúvida é tão grande que Tite levou à Europa dois reservas para cada um: Taison e Douglas Costa na função de Neymar, e Firmino e Diego Souza na de Jesus. Nenhum dos quatro conseguiu seduzir completamente nos minutos de jogo que tiveram.

  • Filipe Luís ou Alex Sandro?

A lateral esquerda talvez seja a única posição em que ele tem dúvida para a Copa do Mundo por excesso de qualidade. As duas opções para a reserva de Marcelo agradam em cheio. Alex Sandro foi escolhido para esses amistosos porque Tite precisava de mais convívio para uma escolha justa. Filipe, um dos que mais jogaram desde a Copa-2014, já foi até seu capitão, tamanha sua importância para o grupo. Alex não decepciona quando entra. Em março, Tite deverá convocar aquele que pretende levar ao Mundial.

  • Quarteto fantástico?

O técnico gostaria muito de reunir Coutinho, Willian, Neymar e Gabriel Jesus, mas até hoje só conseguiu fazer isso por poucos minutos. Ter um ataque com seus jogadores de maior talento e capacidade de decisão pode ser um trunfo, mas o quanto isso desequilibraria o meio-campo, possivelmente sem Renato Augusto? A bola poderia ter uma solução.

Fonte: Globo Esporte

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Gomes Oliveira

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