A melhora na qualidade da cana processada no centro-sul do Brasil compensou o menor volume de moagem e garantiu aumento na produção de açúcar e etanol no ano passado, informou nesta sexta-feira a associação que representa a indústria sucroenergética.
Na segunda quinzena de dezembro, foram processadas 2,56 milhões de toneladas de matéria-prima no centro-sul, queda de 18 por cento na comparação anual. No acumulado da safra 2017/18, iniciada em abril, até dezembro, a moagem totaliza 583,4 milhões de toneladas, recuo de 1,5 por cento, segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).
Em contrapartida, houve aumento de 16,3 por cento no nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) na segunda metade de dezembro, para 145,74 kg por tonelada de cana moída, e de 2,6 por cento no acumulado da temporada, para 137,32 kg/t.
“Essa melhora na qualidade da matéria-prima compensou a redução de moagem registrada até o final de dezembro, evitando uma queda na quantidade de produtos obtidos a partir do processamento da cana no atual ciclo”, afirmou, em relatório, o diretor técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.
Com efeito, foram produzidos de abril a dezembro 35,8 milhões de toneladas de açúcar (expansão de 1,7 por cento) e 25,2 bilhões de litros de etanol (alta de 1,2 por cento).
A fabricação de álcool, por sinal, reverteu a tendência de queda apenas no segundo semestre de 2017, após o governo aplicar tributos maiores para a gasolina, concorrente direto do hidratado, cuja produção até agora em 2017/18 soma 14,5 bilhões de litros (alta de 1,3 por cento).
Segundo Rodrigues, “a safra 2017/2018 está praticamente encerrada na região centro-sul, pois apenas quatro unidades produtoras continuam em funcionamento após 1º de janeiro”.
COMERCIALIZAÇÃO
A atratividade do etanol para as usinas nos últimos meses é evidenciada pelas vendas no centro-sul.
Em dezembro, o volume de etanol hidratado comercializado domesticamente alcançou 1,43 bilhão de litros, alta de quase 27 por cento sobre igual mês de 2016. Do total, 677,34 milhões de litros ocorreram apenas na segunda quinzena.
“Esse volume indica um mercado aquecido, pois a entrega física de etanol pelas usinas do centro-Sul em dezembro foi prejudicada pelo início da safra na região Nordeste e pelo provável efeito da importação de anidro, que pode ter estimulado a produção e as vendas de hidratado pelos produtores daquela região”, disse Rodrigues.
De abril a dezembro de 2017, foram vendidos no mercado interno 11,56 bilhões de litros de hidratado, ligeira alta ante os 11,53 bilhões de litros de igual momento de 2016.
As vendas totais de etanol do centro-sul, considerando-se hidratado e anidro e mercados interno e externo, alcançaram 19,9 bilhões de litros no acumulado de 2017/18, queda de 1,9 por cento.
FONTE: REUTERS
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