Clube carioca exige punição ao mineiro por executivo ter chutado a porta e ameaçar os responsáveis pelo VAR. Ex-presidente chama o Flamengo de clube mais ajudado pela arbitragem de ‘todos os tempos’
Até que demorou.
Mas agora que ficou claro que Atlético Mineiro e Flamengo perderam a companhia do Palmeiras na briga pelo título brasileiro, começou a guerra fria. Ou seja, a pressão que os dirigentes fazem para tentar desestabilizar o adversário fora de campo.
O episódio que deu início à guerra nos bastidores foi a absurda atitude do executivo do Atlético, Rodrigo Caetano. Ele foi até a sala do VAR, durante a partida contra o Santos. E deu o seguinte vexame, relatado na súmula do árbitro Paulo Roberto Alves Júnior.
“Informo ainda que, aos 41 minutos do primeiro tempo, o senhor Rodrigo Caetano, diretor de futebol, o qual foi identificado pelos funcionários da equipe que faziam a segurança do lado de fora desta cabine, desferiu chutes e socos na porta da sala do VAR e proferiu os seguintes dizeres de forma ofensiva e grosseira: “Seus ladrões, parem de roubar, nós não vamos aceitar isto mais”. Ressalto que esta situação foi reportada pelos membros da equipe da sala do VAR ao final da partida.”
Sim, o executivo chutou, socou a porta, ofendeu os funcionários do VAR. Para, evidentemente, pressioná-lo. Por coincidência, ou não, no segundo tempo do jogo o VAR marcou um pênalti muito duvidoso para o Atlético.
O vice-presidente do Flamengo, Rodrigo Dunshee, tratou de se intrometer na questão.
E pressionar o Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Para que o Atlético perca mando de campo pela atitude de Rodrigo Caetano.
“Quando o clube mandante não proporciona segurança para o trabalho da arbitragem, qdo invadem ou tentam invadir a sala onde se pratica a arbitragem por vídeo, a consequência só pode ser uma: perda do mando de campo e punição severa dos invasores/agressores. Vamos aguardar o STJD”, escreveu nas redes sociais.
E logo houve resposta.
O ex-presidente do Atlético Mineiro, Sérgio Sette Camara, não deixou por menos.
“Falou o representante do clube mais ajudado em TODOS os tempos pela arbitragem brasileira, cuja arrogância não lhe permite enxergar nada além do próprio umbigo!”
A situação já se mostrava complicada desde a quarta-feira. A rádio Itatiaia, a mais popular de Minas Gerais, publicou uma matéria no seu site garantindo que o Flamengo estava bancando ‘mala branca’ ou seja, dando dinheiro como incentivo a adversários do Atlético Mineiro.
Este é o conteúdo da matéria.
“O Flamengo está turbinando adversários do Atlético na reta final de disputa do Campeonato Brasileiro. A Itatiaia apurou que o rubro-negro está pagando mala branca para rivais do Galo para incentivar os jogadores a tirar pontos do time comandado por Cuca.
“O bicho pago pelo Flamengo para a Chapecoense na partida contra o Galo variaria de R$ 400 mil a R$ 500 mil. O jogo terminou empatado em 2 a 2.
” O Flamengo também teria oferecido vantagem ao Santos para o jogo desta quarta-feira contra o Galo.
“No Campeonato Brasileiro de 2020, que o Flamengo sagrou-se campeão, a oferta de mala branca também já teria ocorrido na reta final do torneio, quando o rubro-negro disputava o título com Atlético e Internacional.”
O vice-presidente do Flamengo, Rodrigo Dunshee, já havia rebatido.
“A rádio Itatiaia, do ‘dono’ do Atlético, fez acusações criminosas em face do Flamengo, que serão judicialmente combatidas. Flamengo respeita a lei, o orçamento, ganha título e paga em dia. Isso incomoda muita gente. Não vamos perder tempo com fakenews de pessoas que querem aparecer”, acusou. O mecenas do Atlético, Rubens Menin, é realmente proprietário da rádio.
A guerra fria começou entre Flamengo e Atlético.
E, com certeza, vai piorar.
Com outro motivo importante.
Além do Brasileiro, os dois deverão decidir a Copa do Brasil.
Na verdade, a rivalidade começou em 1981.
Quando os clubes jogaram a partida decisiva e eliminatória do grupo 3. Os dois jogos entre eles terminaram empatados.
Na época só se classificava uma equipe por grupo.
O confronto foi em Goiânia. O árbitro José Roberto Wright, indicado pela equipe mineira, expulsou Éder, Reinaldo, Palhinha, Chicão e Osmar Guarnelli.
O jogo acabou aos 37 minutos do primeiro tempo. O Atlético não tinha número mínimo de atletas para seguir o jogo. O Flamengo foi à semifinal da Libertadores e acabou campeão não só do torneio sul-americano. Mas do Mundial.
O Atlético Mineiro tinha uma equipe muito poderosa, que se igualava à do Flamengo.
A raiva entre os dois clubes tem 40 anos…
FONTE: R7.COM
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