A Associação Brasileira dos Criadores de Girolando manifesta-se contrária à decisão do Ministério da Economia de suspender a taxa de antidumping sobre o leite importado da União Europeia e da Nova Zelândia, conforme publicado no Diário Oficial da União esta semana. A medida só prejudica os produtores de leite do Brasil, especialmente os pequenos, que hoje respondem por 51% do leite líquido comercializado no campo, segundo dados divulgados pelo próprio governo federal.
A taxa antidumping era aplicada como forma de proteger o mercado nacional da concorrência desleal dos produtos importados dessas duas regiões, que trabalham com uma produção de leite bastante subsidiada pelos governos locais e com boa infraestrutura e logística. Já o produtor brasileiro vive com a falta de investimentos em estradas, em escoamento da produção, e de políticas publicadas para melhoria da qualidade genética de seu rebanho. Além de não ter a mesma política de subsídio da Europa e da Nova Zelândia, o produtor brasileiro sofre com o preço pago pelo litro de leite. Hoje, em muitos estados do país, elefornece o leite para a indústria sem saber quanto vai receber pelo produto ou se, com o montante recebido, conseguirá arcar com os custos de produção, ficando sem condições de planejar ou investir mais na atividade.
O país já vinha sofrendo com as importações de leite em pó da Argentina e do Uruguai, consideradas uma concorrência desleal para a única atividade econômica presente em todos os municípios brasileiros. Em pouco mais de quatro décadas, a produção de leite quadruplicou no país chegando a mais de 35 bilhões de litros/ano e não podemos deixar que medidas como essas façam com que mais e mais produtores rurais deixem a atividade.
Luiz Carlos Rodrigues
Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
FONTE: ASSESSORIA
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