Lateral-direito evolui na defesa, cresce no ataque e passa a ser a principal peça do novo Corinthians montado por Tite após o “furacão chinês”
Tite encontrou na lateral direita a solução para boa parte dos problemas ofensivos do Corinthians em 2016. Se Guilherme ainda está longe de ser o meio-campista esperado para substituir Renato Augusto, Fagner se transformou na maior arma do Timão para atacar. Os dois gols na vitória por3 a 0 sobre o Novorizontino, neste domingo, em Itaquera, não foram frutos do acaso. Veja no vídeo acima os gols da vitória alvinegra (Alan Mineiro fez o terceiro).
Com a dificuldade para criar, Tite optou por aproveitar o grande momento vivido por Fagner. A estratégia de adiantá-lo à linha de meio-campistas dá ao Timão mais capacidade de trocar passes rápidos e abrir espaços na defesa adversária. Foi assim no empate com o Santa Fe, na última quarta-feira, pela Libertadores.
A alteração tática faz o Corinthians ter mais jogadores próximos em um curto espaço. Contra o Novorizontino, Fagner, Elias e Danilo conseguiram várias triangulações pela direita e envolveram com certa facilidade a marcação rival, principalmente no segundo tempo. O lance do segundo gol resume o que Tite pensa quando fala em triangulações.
Elias provavelmente será o mais beneficiado com a nova função do lateral. Com passes mais rápidos pela direita, o volante passa a ser mais chances para se infiltrar entre os zagueiros e aparecer como “homem-surpresa”, como aconteceu no gol que marcou em Bogotá.
Em seu terceiro ano no Corinthians desde que foi contratado do Vasco, Fagner evoluiu tecnicamente e amadureceu taticamente. Deixou de ser a “Avenida Fagner”, como a torcida chegou a chamá-lo em virtude dos espaços que dava na marcação, e ganhou poder de decisão nas vezes que vai ao ataque.
Vive, sem dúvida, o melhor momento da carreira, como comprova o golaço que abriu o placar diante do Novorizontino.
– É um momento legal na minha carreira. Preciso dar continuidade, procurando evoluir. Toda mudança gera um período de adaptação. Quando você está aberto a aprender, isso é positivo. Eu sempre fui assim para poder ter esse crescimento. É curtir, mas sabendo que dá para melhorar – afirmou o lateral.
Para Fagner atacar com liberdade, Tite passou a segurar Uendel mais tempo na defesa. Assim, não permite que a equipe fique exposta a contra-ataques. Além disso, com mais jogadores no campo adversário, consegue aumentar a marcação na saída de bola.
Quem consegue respirar com os avanços do lateral é Guilherme. O jogador ainda não se adaptou à função de o “cérebro” da equipe no meio de campo. E talvez nem conseguirá, já que possui características bem diferentes de Renato Augusto, dono da posição em 2015 e craque do último Campeonato Brasileiro.
Se Tite ainda não conseguiu repor todas as peças que perdeu com o “furacão chinês” que passou pelo Corinthians, Fagner vem compensando boa parte delas. E o Timão começa o ano já sonhando com mais títulos.
Fonte: globoesporte
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