Cidade de Belém enviou 70 mil metros cúbicos de gás para Manaus em balsas. Cilindros já chegaram a hospitais do estado
O governo do Amazonas espera normalizar a situação do abastecimento de oxigênio nos hospitais do estado neste sábado (16). A complexidade no transporte dos cilindros de oxigênio é a maior dificuldade, segundo o governador Wilson Lima.
Durante a madrugada, chegaram, por meio de balsas, à capital do Amazonas mais 70 mil metros cúbicos de oxigênio, vindos da cidade de Belém (PA). Segundo o governo, a nova remessa vai garantir a retomada do equilíbrio do abastecimento da rede de saúde do estado para os próximos dias.
“Recebemos nesta madrugada a carga de 70 mil metros cúbicos da maior fornecedora de oxigênio do Estado (White Martins), e começamos a restabelecer a normalidade da nossa rede estadual de saúde. Algumas dessas carretas já saíram daqui direto para as unidades para fazer esse abastecimento”, afirmou Wilson Lima.
O governador garantiu que o esforço está sendo feito para garantir que as unidades de saúde operem sem dificuldades. “Nossas equipes estiveram trabalhando praticamente 24 horas com os governos federal e municipal e as equipes do interior, do Sírio Libanês, da iniciativa privada. Isso é resultado do esforço em conjunto do povo brasileiro e dos cidadãos amazonenses”, disse.
Um avião C-130 Hércules com mais 5 tanques de oxigênio líquido, o que corresponde a cerca de 11 mil quilos, decolou de Guarulhos, em São Paulo, às 22h30 desta sexta-feira (15) e pousou na Base Aérea de Manaus às 4h10 da madrugada deste sábado.
Uma segunda aeronave do mesmo modelo transportou 8 tanques de oxigênio líquido. Ela decolou de Guarulhos às 3h35 da madrugada e chegou em Manaus nesta manhã. No total, a FAB entregou 13 tanques do produto.
Já o avião da Azul, que estava no Recife e iria buscar vacinas na Índia, seguiu para Campinas, no interior de São Paulo, para buscar cilindros de oxigênio e levar para Manaus ainda neste sábado.
A FAB (Força Aérea Brasileira) presta apoio no transporte logístico para tentar minimizar os impactos no sistema de saúde da capital amazonense. As ações são realizadas em coordenação com o Ministério da Defesa.
A força-tarefa montada pelo governo estadual e Ministério da Saúde para transportar oxigênio para o Amazonas envolve uma série de protocolos para a segurança dos profissionais envolvidos na operação. Sem ligação terrestre trafegável com o restante do país, a alternativa mais ágil é o transporte aéreo. Mas caso um único cilindro se rompa dentro de uma aeronave, o poder de destruição é similar ao de um míssil.
Em um reservatório chamado de ‘bala’, por exemplo, a pressão é de 200 bar. É como abastecer com 200 litros em um reservatório onde cabe apenas um litro. Além disso, os cilindros precisam ser transportados na vertical. Caso contrário, o oxigênio se movimenta em direção ao local de saída do gás e o perigo de rompimento também é altíssimo.
“O nosso grande problema hoje é a falta de oxigênio. E o grande problema é fazer com que esse oxigênio chegue ao Estado do Amazonas. A maneira mais rápida de chegar aqui é de avião. Mas as únicas aeronaves que podem fazer isso são da Força Aérea Brasileira. E mesmo assim, ainda trazem uma quantidade pouca em razão da alta complexidade e do risco que é esse produto”, diz o governador.
Amazonas já requisitou dez mil unidades de cilindros de oxigênio e trabalha na remoção de pacientes para outros estados. Ele disse também que ja foram solicitadas 10 miniusinas, que serão instaladas nas unidades de saúde.
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