Antonio Moita, da Trouw Nutrition, explica as causas do estresse calórico na suinocultura e seu impacto no ganho de peso dos animais
As diferentes fases de desenvolvimento dos suínos envolvem cuidados nutricionais específicos para atingir o máximo desempenho possível. Assim como a formulação da dieta está ligada às exigências nutricionais de determinado período, o controle de temperatura na granja também muda ao longo do processo produtivo e precisa ser adequado às novas necessidades.
“A porca em lactação é um bom exemplo para entender as particularidades de cada fase da criação. Durante o período lactacional, para atingir uma maior produção de leite, a porca precisa incrementar o consumo de ração e para isso, a temperatura é um fator preponderante. A temperatura ideal para estimular essa ação varia entre 16°C a 21°C. Da maternidade à creche, a atenção deve ser redobrada já que os leitões passam por diversos tipos de estresse, dentre os quais o choque da adaptação. Nessa fase, a variação de temperatura não pode ser mais um desafio: o ideal aqui é manter em 32°C ao nascer, chegando a 25°C na saída da creche (tabela)”, explica Antonio Moita, gerente técnico de Suínos da Trouw Nutrition.
O especialista destaca que o monitoramento das condições ambientais deve ser frequente para que, em caso de grandes variações, ações térmicas e terapêuticas sejam colocadas em prática o mais rápido possível, mitigando possíveis danos. As mudanças climáticas repentinas, como aumento de calor ou queda brusca da temperatura, levam ao estresse calórico e interferem no consumo de ração e, consequentemente, na digestão e aproveitamento dos nutrientes pelos animais.
“Em ambientes muito quentes, o suíno não é capaz de dissipar todo o calor produzido pelo processo de digestão, ocasionando estresse calórico. A respiração ofegante e queda na ingestão de alimento são sinais clínicos em resposta a essa condição. O aumento do calor corporal reduz drasticamente o consumo de ração, queda no ganho de peso e na produção de leite nas porcas em lactação”, alerta Antonio Moita.
A estratégia nutricional é outro item essencial. Devemos levar em consideração que um animal ingerindo menos alimento precisa de uma dieta concentrada em proteína/aminoácidos, energia, minerais e vitaminas.
“É preciso focar tanto no aumento da energia, com adição de óleos/energéticos, como na proteína, por meio da adição de aminoácidos. Outro ponto relevante, seria melhorar a palatabilidade da dieta com adição de açúcar, farelo de bolacha e adoçantes. Durante o processo de digestão, ao ingerir uma dieta com quantidades elevadas de farelo de soja, a produção de calor interno se eleva, resultando no aumento do incremento calórico. O animal então precisa dissipar esse calor produzido, mas se o ambiente estiver muito quente, essa perda não ocorre e o animal entra em estresse calórico, reduzindo drasticamente o consumo de ração. Por isso, a recomendação é substituí-lo, em parte, por aminoácidos sintéticos, sem impacto negativo nesse processo, “destaca.
Como ação imediata, o gerente técnico de Suínos da Trouw Nutrition, recomenda o uso de resfriadores com controle de temperaturas, os coolers, principalmente na maternidade, quando a faixa de conforto da porca é baixa. “Outras medidas simples e de fácil aplicação podem ser usadas na gestação, por exemplo: molhar o piso em volta das gaiolas e instalação de ventiladores para aliviar o calor. Já nas fases de recria e terminação, a sugestão é usar lâminas d’água no fundo da baia, permitindo aos animais se refrescarem”.
FONTE: ASSESSORIA TEXTO COMUNICAÇÃO
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