HIPOCRISIA
Embora o estado brasileiro seja laico, onde todas as crenças religiosas devam conviver em harmonia e respeito, na prática há ingerências indevidas das religiões na condução das políticas governamentais. A criação de um simples conselho estadual voltado para políticas públicas destinadas aos homossexuais, lésbicas, bissexuais, travestis, transgêneros e transexuais causou o maior rapapé entre parlamentares na Assembleia Legislativa contrários à criação do conselho por motivos meramente religiosos. A intolerância com que temas dessa natureza é abordada revela a mais idiota das hipocrisias da humanidade, em especial por não saber conviver com as diferenças do semelhante e por se negar a ajudar o próximo. Aliás, em qualquer grupo social, inclusive evangélico, há pessoas que necessitam deste conselho da LGBTTT.
PRESSÃO
A informação de que o governador Daniel Pereira estaria propenso a vetar a criação do conselho para atender a pressão de setores evangélicos é grave, pois escancara uma intromissão indevida de um grupo fundamentalista nas políticas públicas, embora sejamos um estado laico. É um retrocesso um governante oriundo dos movimentos sindicais vetar a criação de um conselho que tem como finalidade defender os interesses das minorias por interesses meramente eleitoreiros. A pressão evangélica, caso a informação seja confirmada, é indevida. Os parlamentares que votaram favoráveis ao conselho cumpriram com seus deveres de legisladores e merecem elogios.
CAMPANHA
O MDB reúne seus militantes na capital no próximo dia 12, numa casa de espetáculos, com o intuito de confirmar as pré-candidaturas ao governo e senado, Maurão de Carvalho, Valdir Raupp e Confúcio Moura, respectivamente. Em público os emedebistas dizem que estão pacificados os entreveros entre os partidários de Raupp e Confúcio, mas em privado as relações continuam azedas com alfinetadas para todos os lados. Nos grupos de whatsapp, por exemplo, todos os dias emedebistas ligados ao ex-governador hostilizam o senador com impropérios de toda natureza. No evento, como todos perceberão, esses ataques vão ser contidos, mas na boca miúda o pau cantará.
SALVAÇÃO
Com Lula praticamente fora das eleições presidenciais, os partidos denominados do campo esquerdo procuram um substituto que tenha a capilaridade política do ex-presidente. Não há hoje em nenhum campo ideológico em condições de se garantir a um segundo turno, exceto o próprio Lula. O PSB busca como salvação o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa como alternativo aos nomes atualmente lançados a presidente. O ministro tem causado certo frisson entre os neo-socialistas, mas é rejeitado pelos petistas.
CARRASCO
Barbosa tem evitado falar sobre a prisão de Lula, apesar de ter se notabilizado na Suprema Corte como um ministro inflexível aos supostos desmando petistas e ter sido o primeiro juiz no país a aplicar a teoria do domínio do fato segundo a qual, afirma que é autor – e não mero partícipe – a pessoa que, mesmo não tendo praticado diretamente a infração penal, decidiu e ordenou sua prática a subordinado seu, o qual foi o agente que diretamente a praticou em obediência ao primeiro. Com esta teoria Barbosa conseguiu a condenação de vários ícones do PT, entre eles, José Dirceu e José Genuíno. E os petistas não se esquecem da função de carrasco exercido pelo ex-ministro.
REDE
Quem não vem conseguindo os mesmos espaços de eleições pretéritas é a ex-senadora Marina Silva, pré-candidata a presidente pela REDE. No passado o discurso da ex-senadora arrebanhou jovens – em particular dos grandes centros e rendas mais elevadas – na defesa de uma sustentabilidade que compatibiliza meio ambiente e desenvolvimento. Sem ostentar a mesma verve politicamente correta, o discurso de Marina envelheceu e na medida em que se omitiu em dar opiniões, num momento tão crucial da vida política brasileira, perdeu a oportunidade de revelar o que pensa de temas mais complexos, além do ambiental. A ex-parlamentar virou até piada: dizem que ela sai da rede apenas de quatro em quatro anos para dizer as mesmas coisas. Depois volta a rede pra descansar por mais quatro.
SINA
Há pelo menos duas décadas a família Donadon domina a política de Vilhena e é o mesmo tempo em que seus membros se enredam com malfeitos e enrolados com problemas judiciais. Nem por isto o eleitor vilhenense deixa de votar nos membros da família. Recentemente a Justiça Eleitoral cassou o mandato da prefeita do município, uma Donadon, e, caso pudesse disputar de novo, dificilmente o eleitor daquele município lhe faltaria com o voto. Não é por falta de informação nem de alternativas que Vilhena opta por alguém do clã, já que a sina se repete a cada eleição. Nem adianta a justiça insistir na inabilitação ao coibir os malfeitos porque o município virou capitania hereditária. Infelizmente!
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