ASSASSINATO
Confesso que as primeiras páginas do livro NADA MENOS QUE TUDO, escrito por Rodrigo Janot (ex-procurador Geral da República), e que circula na internet, não trouxeram nada de novo e, do ponto de vista literário, é frustrante. Comecei a ler ontem (segunda-feira), a partir das 14 horas, depois que recebi de um amigo pelo WhatsApp uma cópia em PDF. Há de início um erro histórico imenso que poderia ter sido evitado numa simples consulta ao Google, na página 25, ao relatar as razões de ter feito Direito para ajudar ao pai, disse: ‘Meu velho adorava bichos, mas não pudera concluir o curso de veterinária na juventude. Primogênito de uma família humilde, ele virara telegrafista da Estrada de Ferro Central do Brasil para ajudar o pai e sustentar a família e os demais irmãos e tivera que abandonar o curso no quarto ano, porque, se não o fizesse, seria transferido para o ACRE para trabalhar na Estrada de Ferro Madeira Mamoré” (sic). Perceba, caríssimo leitor, que Janot assassinou a história rondoniense ao apontar a EFMM como acreana.
PERPLEXIDADE
No capítulo ELE NÃO, página 14, Janot faz uma confidência que causa perplexidade ao revelar que fora convocado a comparecer ao Jaburu, residência de Michael Temer, vice-presidente, para uma reunião de emergência sobre algo grave. Ao chegar na residência oficial da vice-presidência, estavam presente Michel Temer e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, que, em ato contínuo, foi logo avisando que fariam um pedido ao patriota, não ao PGR, em nome da governabilidade. O pedido era para que o procurador não investigasse Eduardo Cunha, então presidente da Câmara. Segundo Janot, coube ao Henrique Alves, sem meia palavras, pedir a aberração. Embora não ter revelado na época nem adotado uma providência que o caso exigia, Janot narra que virou ao então vice-presidente e disse, com clareza: “O senhor é do Direito, a minha área, ele (Henrique Alves) não é. O senhor está entendendo a gravidade do que ele está propondo ao procurador-geral da República? ”. Tais fatos, por si só, causam perplexidade, ainda mais ditos por quem exigia dos semelhantes retidão e cumprimento inexoravel da lei.
AMEAÇAS
Ainda não cheguei no episódio que trata da suposta decisão em pôr fim à vida do ministro Gilmar Mendes, do STF. Mas os fatos narrados nas primeiras páginas têm potencial para fazer barulho em razão de atos aparentemente omissivos e atos comissivos passíveis de questionamentos. Os relatos sobre os personagens políticos e empresariais envolvidos na operação Lava Jato são conhecidos, no livro, repetidos. O que intriga inicialmente são as conversas entre autoridades nada republicanas. O livro pode não alcançar a lista de best seller, no entanto, já rendeu ao autor até busca e apreensão.
MUDANÇAS
As eleições para prefeitos vão mexer com os partidos e, ao que parece, haverá muitas mudanças. Os prefeitos de Ariquemes, Porto Velho, Cacoal e Espigão podem migrar para outras legendas. A coluna não confirmou, mas nos bastidores as movimentações indicam para tais mudanças.
INSATISFAÇÃO
Há muita insatisfação com a forma pela qual a família Carvalho tem ditado os destinos do PSDB em Rondônia. A coluna apurou que nem o deputado estadual Laerte Gomes, liderança estadual emergente, escapou dos caprichos dos donatários do partido e foi defenestrado da executiva estadual sem ao menos ser consultado. Exatamente um possível forte candidato ao segundo colégio eleitoral de Rondônia.
ESGARÇAMENTO
Autoridades ligadas à área de segurança pública estão preocupadas com o contingente de policiais civis que podem requerer no próximo ano a aposentadoria. Um estudo técnico feito pelo Tribunal de Contas aponta para um esgarçamento da área. Apesar das ações que a polícia civil tem feito no estado, com a utilização de instrumentos científicos e o uso competente da investigação, há uma preocupação com a debandada para o pijama de um número grande de policiais.
LOROTA
Nesse período que antecede as acomodações políticas visando às eleições municipais especula-se muitos nomes como candidato a candidato a prefeito, em especial na capital. Este cabeça chata tem observado que alguns desses nomes não passam de lorota e quem de fato está disposto a enfrentar a disputa pelo paço da capital nega a postulação. Bem diferente daqueles que plantam seus nomes na falta de boas notícias com o intuito de criar factóides. Tudo lorota!
RAONI
Somente um insano é capaz de pronunciar a aleivosia de que o mais conhecido cacique brasileiro em todo o mundo, o velho combativo Raoni, não representa os índios brasileiros. O cacique deu uma lição de dignidade e sinceridade ao responder às críticas de que foi alvo em plena ONU. Existe apenas um nome de brasileiro mundialmente tão respeitado quanto Raoni, é Pelé. Como é mesmo o nome da índia que fez parte da caravana presidencial na ONU? Desconfio que nem os insanos lembram.
AUTOR: RÓBSON OLIVEIRA – COLUNA RESENHA POLÍTICA – JORNALISTA
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