Objetivo é ampliar recursos disponíveis para oferta de crédito rural
A partir de julho, clientes de cooperativas de crédito poderão abrir contas poupança. Hoje, esse tipo de aplicação só pode ser feita em bancos. As novas regras foram anunciadas nesta quinta-feira pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O objetivo é aumentar o acesso das cooperativas aos recursos da poupança e, consequentemente, ampliar a oferta de crédito rural.
Para oferecer empréstimos, instituições financeiras precisam de recursos para lastrear as operações — o que o mercado chama de funding. Hoje, parte dessa fonte de financiamento para o crédito direcionado ao setor rural vêm da chamada poupança rural, que é o direcionamento de 60% dos recursos da caderneta para esse tipo específico de crédito. A busca de funding é chamada de captação. E só podem fazer captações de poupança rural as seguintes instituições: Banco do Brasil, Banco do Nordeste, bancos cooperativos e instituições integrantes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE), quando operam em crédito rural.
Ao permitir que cooperativas também tenham acesso à poupança, o governo quer aumentar as fontes de recurso para o crédito rural e ampliar a competição no segmento.
— Essas cooperativas de crédito rural operam em muitos municípios pequenos. A ideia é ter maior inclusão, aumentar a capacidade de captação e novos fundings para o crédito rural — explicou Cláudio Filgueiras, chefe do departamento de regulação, supervisão e controle de operações do crédito rural do Banco Central.
Existem aproximadamente 980 cooperativas de crédito no país, a maioria delas com atuação no setor rural. Para receberem a autorização para captar recursos da poupança, as instituições terão que demonstrar experiência no mercado de crédito rural. A estimativa do BC é que mais de 800 cooperativas cumpram essas exigências.
Inicialmente, as confederações poderão pedir autorização para fazer esse tipo de captação a partir de 1º de julho. Em 1º de outubro, a possibilidade será aberta para centrais com cooperativas. E, finalmente, em janeiro a autorização poderá ser pedida por cooperativas de forma individual. Inicialmente, as instituições terão que direcionar 20% da poupança captada para empréstimos ao setor rural. Esse percentual subirá gradativamente, chegando aos 60% em três anos.
Hoje, o mercado de crédito rural movimenta R$ 150 bilhões, dos quais cerca de 12% são ofertados por cooperativas. Sem acesso à captação na poupança, as instituições precisam buscar recursos junto aos bancos.
FONTE: O GLOBO
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