A exportação de café verde do Brasil em agosto atingiu 3,07 milhões de sacas de 60 kg, crescimento de 33,4 por cento na comparação com o mesmo mês do ano passado, com impulso de uma grande colheita que também registra boa qualidade, afirmou nesta quarta-feira o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).
“Os resultados das exportações do café brasileiro no mês de agosto apresentaram, conforme prevíamos, um crescimento muito significativo, registrando um dos maiores volumes mensais dos últimos dois anos”, declarou o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes, em comunicado.
Segundo ele, com a boa safra e a colheita praticamente encerrada, “os números confirmam o ótimo desempenho do café arábica, bem como, a forte recuperação do café conilon”.
Os maiores embarques ocorrem também em um ambiente de dólar forte frente ao real, o que tende a impulsionar vendas do Brasil, o maior produtor e exportador global. O país está finalizando uma colheita recorde de 57,4 milhões de sacas, previu na véspera o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado contrasta com meses anteriores deste ano, quando as exportações brasileiras apresentaram volumes mínimos históricos, com o mercado lidando com baixos estoques antes da entrada da safra.
“Os volumes do mês refletem ainda a excelente qualidade do produto brasileiro para atender ao exigente mercado internacional…”, declarou Carvalhaes, em referência à nova safra.
A exportação de café arábica do Brasil em agosto atingiu 2,54 milhões de sacas, alta de 11,6 por cento na comparação anual. Já a exportação de café robusta somou 537,4 mil sacas, aumento de 1693 por cento ante agosto do ano passado, quando os embarques sentiam os efeitos da seca.
Considerando a soma de café verde, solúvel e torrado e moído, o Brasil exportou 3,4 milhões de sacas de café, registrando crescimento de 30,4 por cento em relação a agosto de 2017, quando o país exportou 2,6 milhões de sacas.
A receita cambial chegou a 470,65 milhões de dólares, representando aumento de 10 por cento em relação ao mesmo mês do ano passado.
No acumulado do ano de janeiro a agosto, o Brasil exportou 20,5 milhões de sacas, crescimento de 4,5 por cento na comparação com igual período do ano passado. A receita cambial no período apresentou uma queda de 7,5 por cento, alcançando 3,1 bilhões de dólares.
O preço médio do café exportado em agosto teve queda de 15,6 por cento, para 138,24 dólares por saca, enquanto os contratos futuros do arábica em Nova York oscilam perto de mínimas em 12 anos, na expectativa da grande safra do Brasil e com pressão do câmbio.
EUA, Alemanha e Itália se mantiveram, respectivamente, como os três principais destinos do café brasileiro. Os EUA importaram 3,6 milhões de sacas de café de janeiro a agosto, enquanto a Alemanha importou 3,1 milhões e a Itália, 1,9 milhão de sacas.
Em relação aos cafés diferenciados, no ano, o Brasil exportou 3,45 milhões sacas, uma participação de 16,9 por cento no volume total do café exportado, e 20,5 por cento da receita cambial, disse o Cecafé, ressaltando crescimento em volume de 15,9 por cento em relação ao mesmo período de 2017.
FONTE: REUTERS
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