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Etanol está quase 20% mais caro, mesmo com produção maior

Usinas de cana-de-açúcar atribuem alta de preços ao aumento da gasolina e maior procura dos consumidores pelo álcool

Alternativa mais barata à gasolina, o etanol também está pesando mais no bolso na hora de abastecer. O preço do álcool na bomba subiu, em média, 19% (de R$ 2,49 para R$ 2,98) nos primeiros dias de junho, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

A conta mais cara no posto pode ser explicada no começo da cadeia de produção do álcool. Isso porque os usineiros estão cobrando mais pelo combustível neste ano.

O preço médio subiu 24,2% (descontada a inflação) em relação à mesma época de 2017, segundo números do Cepea (Centro de Estudos Avançados), ligado à Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) da Universidade de São Paulo.

“A demanda [por etanol] vem aquecida há bastante tempo. Há um ano, quando a Petrobras mudou a sistemática da precificação gasolina, o mercado acabou ficando com um preço na bomba bastante competitivo. Certamente, no ano passado, a paridade entre etanol e gasolina era menor, o que tornava [o etanol] menos vantajoso”, explica a pesquisadora do Cepea Ivelise Calcidoni.

Para saber com qual combustível vale a pena abastecer, o consumidor tem que multiplicar o preço da gasolina por 0,70. O resultado é o valor máximo que o etanol pode custar para ser vantajoso.

A relação entre o preço da gasolina e do etanol deve ser entre 70% e 75%, a depender do veículo. Esse percentual se refere ao desempenho do álcool no motor na comparação com a gasolina.

Considerando a média de preços nacional, a relação álcool x gasolina era de 70,1% no começo de junho de 2017. Atualmente, está em 64,8%. Entretanto, quando é feito o recorte por Estado, o cenário é outro (veja gráfico abaixo).

Segundo o último levantamento de preços da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), da primeira semana de junho, o etanol é vantajoso em apenas cinco Estados: Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. No Piauí e no Rio de Janeiro, a relação ficou entre 70% e 75%.

A produção do etanol combustível subiu 81,25% na safra deste ano, segundo levantamento de maio da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), mas isso não significa preços menores ao consumidor, diz o diretor-técnico da Unica , Antonio de Padua Rodrigues.

“Se não tivesse ocorrido o aumento do preço da gasolina nesse patamar, provavelmente, estaríamos vendendo o etanol abaixo do que está sendo praticado hoje. É um produto que está com uma relação de bomba muito favorável ao consumidor e que sobrevive dependendo do preço da gasolina.”

A pesquisadora do Cepea acrescenta que os contratos futuros de etanol na bolsa de valores já mostram uma tendência de alta em torno de 7% no segundo semestre. Porém, o diretor da Unica diz que tudo depende de como vai se comportar o preço da gasolina.

“Não havendo mudanças nos preços da gasolina, ele [preço atual] deve se manter… porque estamos ainda com menos de 30% da safra realizada e vai continuar sendo uma safra alcooleira”, observa.

FONTE: R7.COM

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