Competição pela atenção
Até mesmo os estudantes universitários “mais inteligentes” tiveram pior resultado acadêmico quando usaram a internet na sala de aula para fins não-acadêmicos, concluiu a equipe da Dra. Susan Ravizza, professora de psicologia da Universidade do Estado de Michigan (EUA).
O estudo, financiado pela Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos, centrou seu foco no cenário típico de uma sala de aula na qual os professores competem pela atenção dos alunos com seus tablets, notebooks e smartphones.
Todos os alunos, independentemente da sua capacidade intelectual – medida por suas notas anteriores – tiveram notas mais baixas nos exames quanto mais usaram a internet para fins não-acadêmicos – como ler notícias, enviar e-mails e postar atualizações em redes sociais.
Multitarefa
Pesquisas anteriores haviam sugerido que as pessoas mais inteligentes são melhores em multitarefas e em filtrar as distrações.
Mas, surpreendentemente, este não foi o caso quando se juntam sala de aula e internet, conforme já havia demonstrado outro estudo feito na Holanda, que vinculou o uso das redes sociais a um pior desempenho escolar.
A professora Susan afirma que isso pode ocorrer porque o uso da internet é um tipo diferente de multitarefa, talvez mais envolvente.
O estudo também mostrou que os alunos minimizam os efeitos do uso da internet sobre seu desempenho acadêmico – ao contrário do que suas notas mostram -, o que reforça resultados de pesquisas anteriores que mostraram que os alunos não têm consciência de como seus smartphones e tablets afetam seu aprendizado.
O que fazer?
A Dra. Susan reconhece que seria quase impossível tentar banir os smartphones e outros dispositivos eletrônicos das salas de aula: “O que você faria, fazer centenas de pessoas colocarem seus celulares em uma pilha e depois procurá-los após a aula?”
Por isso, o que ela faz é aconselhar os estudantes a serem mais responsáveis.
“Estudantes de todos os níveis de habilidades intelectuais devem ser responsáveis e não se deixar distrair com o uso da internet,” recomenda ela.
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