Brasil Produtivo

Preços da soja do Brasil sobem com guerra comercial entre China e EUA

Importadores chineses estão pagando pela soja brasileira prêmios recordes para uma época de colheita, conforme procuram garantir o fornecimento em meio a preocupações de que as remessas dos Estados Unidos possam ser afetadas pela guerra comercial entre Washington e Pequim.

A China compra aproximadamente 60 por cento da soja comercializada globalmente para alimentar a maior indústria pecuária do mundo. O Brasil forneceu metade das importações chinesas no ano passado, enquanto os EUA responderam por volta de um terço.

Mas Pequim tem ameaçado mirar a soja, principal item da exportação agrícola dos EUA, em retaliação a medidas tomadas pela administração do presidente Donald Trump em busca de melhores termos de comércio para os EUA.

A demanda por soja em grão do Brasil, maior exportador do mundo, elevou os prêmios, por preocupações de que a China possa eventualmente cortar as compras dos EUA.

Prêmios pagos pela soja enviada do porto brasileiro de Paranaguá (PR) ficaram mais de 1 dólar por bushel acima dos preços internacionais de referência, de acordo com a Esalq, órgão de pesquisa de mercado agrícola da Universidade de São Paulo (USP).

Foi o mais alto prêmio spot já registrado para março, época em que o fluxo de soja recém-colhida do Brasil normalmente reduz os prêmios.

O prêmio era mais de um terço superior aos 65 centavos de dólar por bushel que os compradores estavam pagando em 1° de março para embarques em abril via Paranaguá.

Um ano atrás, os prêmios de Paranaguá para embarques spot estavam apenas 36 centavos de dólar acima dos futuros, de acordo com dados do Thomson Reuters Eikon.

“O mercado está enlouquecendo”, disse um operador de Pequim, que recusou ser identificado por não ser autorizado a falar com a mídia.

“Alguns compradores ainda estão comprando devido a boas margens de moagem aqui, mas eles estão muito desconfortáveis com os preços altos”, ele acrescentou.

A compra de mais soja brasileira é um dos vários planos que os compradores chineses estão executando para garantir a ração animal de que precisam.

Os esmagadores da China têm favorecido cada vez mais a soja brasileira em relação à norte-americana devido a seus altos níveis de proteína e óleo.

FONTE: REUTERS

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