Na pequena vila da zona rural, onde as montanhas se erguiam imponentes e o vento carregava o cheiro da terra molhada, morava uma senhora de cabelos brancos e pele enrugada pelo tempo, chamada Marleninha, nascida na Mitica Puccalpa no Peru, e viveu grande parte de sua vida na misteriosa região Amazônia.
Ela era uma mulher bondosa, de coração puro e cheia de sabedoria, que já havia vivido muitos anos. Mas, o tempo nunca diminuiu a força de sua fé em Deus, nem o seu amor pela família.
Marleninha morava em uma casinha simples, rodeada por flores e árvores frutíferas. Ela cuidava de sua filha, Ana, e de seu genro, José, um homem honrado e trabalhador que passava os dias na lavoura, sem descanso. Juntos, tinham uma vida tranquila, até que um dia, algo estranho começou a acontecer.
Tudo começou com um pequeno cachorrinho Pinscher de nome Tullin, o cãozinho fiel de Marleninha. Tullin era muito inteligente e desconfiado. Ele observava tudo com atenção, desde a movimentação da casa até as idas e vindas da vila. Um dia, ele percebeu algo peculiar: todos os dias, ao entardecer, Bafoncinho, o gato recém-adotado pela família de Ana e José, sumia misteriosamente.
Ele só voltava depois das 22 horas, e sempre com um ar enigmático. Tullin, que conhecia muito bem os gatos da vizinhança, também notou que eles desapareciam de forma estranha, sempre em direção ao mato.
As brigas começaram a se intensificar dentro da casa de Ana e José. O marido e a esposa, que antes viviam em harmonia, agora discutiam frequentemente, e os dias pareciam mais pesados. O trabalho de José na lavoura se tornava mais árduo, e Ana, normalmente amável, parecia estar sempre irritada. Tullin, com seu olfato apurado e instinto aguçado, sabia que algo não estava certo, pairava algo estranho no ar.
Tullim pensou: Eu acho que esta gato esta por traz dessas desavenças e intrigas na nossa casa.
Ele, então, viu quando bafoncinho no fim da tarde se dirigiu ate a mata. E decidiu segui-lo discretamente, para entender o que estava acontecendo.
Na calada da noite, Tullin se esgueirou pelo mato e, de longe, observou Bafoncinho se reunindo com outros gatos. Eles se encontraram debaixo de uma árvore centenária, cujas raízes pareciam tocar o coração da terra. O que Tullin ouviu foi algo que congelou seu pequeno coração de cãozinho.
— Eu fiz ele não gostar da comida hoje, — disse Bafoncinho com um sorriso malicioso.
— Eu fiz ele xingar a esposa, — respondeu um gato malhado com os olhos vermelhos.
— Eu fiz ele tropeçar nas ferramentas, — acrescentou outro, uma gata branca com manchas pretas.
— Eu fiz a esposa não fazer o almoço, e ele ficou bravo!, disse o terceiro gato, um velho com uma cicatriz no focinho.
— E eu fiz ele esquecer onde guardou as ferramentas de trabalho. Isso deixou ele tão irritado que brigou com todo mundo!, completou Bafoncinho, com um olhar diabólico.
Tullin se afastou rapidamente, agora entendendo o que estava acontecendo. Os gatos não eram simples animais, eram espíritos malignos, que se alimentavam da discórdia e das brigas das famílias. Eles estavam causando todo o mal que havia tomado conta da casa de Ana e José, e provavelmente, de outras casas na vila.
Na manhã seguinte, Tullin correu até Marleninha e, com urgência, a fez entender o que estava acontecendo. A velha senhora, com sua fé inabalável em Jesus Cristo , não hesitou. Ela sabia que precisava agir para proteger sua família e a comunidade.
Juntos, Marleninha e Tullin seguiram os passos de Bafoncinho. Eles se esconderam, e, mais uma vez, viram os gatos se reunindo sob a árvore, tramando novas confusões. Marleninha , com sua sabedoria e fé, sabia exatamente o que fazer.
Naquela noite, Marleninha sabia que precisava ser paciente. Ela e Tullin ficaram escondidos, esperando que Bafoncinho voltasse para casa, como fazia todos os dias, após suas reuniões secretas sob a árvore centenária.
Quando o gato finalmente apareceu, ele se aproximou da casa de Ana e José, com seu ar misterioso e ameaçador, como sempre. Sem pressa, Bafoncinho se deitou no canto da casa, cansado de suas artimanhas malignas.
Marleninha, com sua fé inabalável, sabia que era o momento certo para agir. Ela fez um sinal para Tullin, e o pequeno Pinscher compreendeu imediatamente. O cãozinho esperto, com seus olhos atentos e olfato apurado, rosnava baixinho, sentindo o perigo se aproximando. Era como se ele soubesse que o mal estava ali, em forma de gato.
De repente, Tullin não pôde mais se conter. Ele latia forte, com uma força que parecia ecoar pelo ar, e rosnava ferozmente, pondo Bafoncinho em alerta. O gato, que costumava ser tão seguro de si, ficou paralisado de medo. Ele não estava acostumado com tamanha coragem e determinação.
— O que é isso? — Bafoncinho murmurou, com seus olhos brilhando de surpresa e medo. Ele se levantou rapidamente, tentando entender o que estava acontecendo.
Mas era tarde demais. Marleninha , com o cordão feito de uma raiz de uma arvore amazônica em suas mãos, avançou rapidamente. Com uma oração poderosa, ela lançou o cordão sobre Bafoncinho, que, ainda assustado pelo latido feroz de Tullin, não teve chance de escapar.
“Em nome de Jesus Cristo,” disse Marleninha , com voz firme e serena, “expulsamos você, Bafoncinho, e todo o mal que você trouxe! Que a paz reine em nossa casa e em nossa comunidade!”
O gato, agora totalmente sem forças, tentou se debater, mas o cordão de raiz da arvore amazonica o segurava com força divina. Ele não pôde mais fazer mal a ninguém.
Tullin, com seu latido vitorioso e seu olhar protetor, ficou ao lado de Marleninha, vigiando até que o mal fosse completamente expulso. Juntos, eles haviam vencido a gangue dos gatos malignos, e a paz finalmente voltou à vila.
A paz voltou à vila. Ana e José, agora sem a influência do mal, começaram a se reconciliar e a viver em harmonia novamente. Os vizinhos, ao tomarem conhecimento do que havia acontecido, seguiram o exemplo de Marleninha e Tullin, expulsando os gatos malignos de suas casas. Em pouco tempo, as famílias da vila estavam novamente unidas, e a alegria voltou a reinar.
Naquele dia, a fé em Jesus Cristo e o poder do amor e da oração foram mais fortes que qualquer mal. E todos sabiam que, sem a ajuda do pequeno herói, Tullin, nada disso seria possível.
Tullin, o cãozinho esperto e corajoso, foi reconhecido por todos como o verdadeiro herói. E Marleninha, com sua sabedoria e fé, sabia que Deus havia colocado aquele fiel cãozinho ao seu lado para salvar a todos. A vila, finalmente em paz, voltou a viver tranquila, graças à coragem de um cãozinho e à fé de uma mulher que nunca duvidou do poder de Deus.
E assim, paz e amor reinaram novamente na comunidade, e todos viveram felizes, sabendo que, com fé e coragem, qualquer mal pode ser vencido.
FONTE: FOLHA FILMES – AUTOR: GOMES OLIVEIRA


























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