Conforme PF, prisão foi necessária para manutenção da ordem pública.
Grupo de vereadores já teria recebido mais de R$ 500 mil em esquema.
O vereador Carmozino Alves Moreira (PSDC) foi preso pela Polícia Federal (PF) na tarde de sábado (22) em Vilhena (RO), a 700 quilômetros de Porto Velho. Ele já havia sido indiciado por lavagem de dinheiro e corrupção na quinta-feira (19). Conforme a PF, a prisão foi necessária para manutenção da ordem pública. O advogado do vereador diz que se a prisão for mantida ele entrará com pedido de habeas corpus.
Carmozino foi preso em casa, no bairro Jardim das Oliveiras. Ele está no terceiro mandato consecutivo, e nas últimas eleições, foi reeleito com 921 votos. A PF não deu mais detalhes sobre o que motivou a prisão do vereador. Ele está preso na Casa de Detenção do município.
Conforme as investigações, um grupo de vereadores é suspeito de participar de um esquema de aprovação de loteamentos na cidade, mediante recompensa. Para os loteamentos serem aprovados, eles recebiam terrenos e quantias em dinheiro. Até o momento, a PF acredita que o grupo tenha recebido mais de R$ 500 mil.
Outras prisões
O vereador José Garcia da Silva (DEM) foi preso em flagrante pelos mesmos crimes, na terça-feira (18). A prisão foi realizada pela PF, quando Garcia estava a caminho da Câmara de Vereadores do município. Policiais encontraram em seu carro, documentos de compra e venda de terrenos que seriam repassados a vereadores. O judiciário aceitou o flagrante de Garcia e reverteu em prisão preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. Ele permanece preso na Casa de Detenção da cidade.
O vereador Vanderlei Amauri Graebin (PSC) foi preso pela PF na sexta-feira (21). Segundo a PF, ele se entregou na sede da PF após a Justiça do estado decretar a prisão preventiva do parlamentar. Graebin, que foi reeleito nas eleições de outubro pela 6ª vez, também havia sido indiciado anteriormente por lavagem de dinheiro e corrupção.
O Tribunal de Justiça de Rondônia também deu deferimento ao afastamento do cargo do vereador, um pedido feito pela PF. O motivo da prisão de Graebin segue em segredo de justiça. Ele está usando tornezeleira eletrônica, em prisão domiciliar, pois é advogado e no município não há sala de Estado Maior, prerrogativa da classe.
Também são suspeitos dos mesmos crimes os vereadores Jaldemiro Dedé Moreira (PP), conhecido por Jairo Peixoto e Ângelo Mariano Donadon Júnior (PMDB), presidente da câmara. Ambos também foram indiciados na última quinta-feira.
O advogado José Francisco Cândido, que representa Carmozino e Vandereli, diz que está tomando ciência do caso, e que aguardará o resultado da audiência de custódia, marcada para acontecer na terça-feira (25). Se a prisão de ambos for mantida, ele pretende entrar com pedido de habeas corpus.
O advogado Josielson Garcia, que representa o vereador José Garcia, diz que não irá se pronunciar sobre o assunto no momento.
Viaturas da PF foram vistas em vários lugares da cidade na tarde de sábado (22), e moradores relatam que houve buscas e apreensões de documentos na casa de Carmozino, de Jairo e Junior Donadon. No entanto, a PF disse que o procedimento é sigiloso, e não confirmou se há mandados de prisão em aberto.
Fonte: G1
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