Mais gente deve ser envolvida nas investigações de irregularidades na Sejucel

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Essa semana quem surpreendeu foi o governador Marcos Rocha, que durante uma reunião com os secretários passou um recado para que não se envolvessem em negociatas e corrupções. O vídeo foi gravado no último dia 21, mas viralizou essa semana. “Não se envolvam em coisa errada. É o que eu falo para todos vocês, independente da função. Se acontecer de alguém errar, lembre-se que você tem o seu CPF, então, não erre, não faça(corrupção). Não autorizo ninguém a usar o meu nome dizendo que o governador mandou fazer isso aqui. Não se vendam”, declarou.

Coincidência?
As palavras de Marcos Rocha pareciam até que ele estava pressentindo que alguma coisa iria acontecer essa semana. Alguns dizem que foi uma grande coincidência, a fala do governador e o iria acontecer. Fontes no Governo do Estado negam essa possibilidade. Mas a verdade é que aconteceu!

Alvo Sejucel

Na quinta-feira, dia 28, uma operação policial denominada ‘Dionísio’ teve como alvo a Secretaria de Estado da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (Sejucel), comandada pelo ex-jogador de futebol, Júnior Lopes. O motivo da ação foram as investigações que constataram crimes de contratação direta ilegal; peculato na modalidade desvio; frustração do caráter competitivo de licitação; fraude em licitação ou contrato e falsidade ideológica. A maioria envolvendo eventos como Expoviola, Edição 2023; a 12ª Expovel, Edição 2023; e a 13ª Expovel, Edição 2024.

R$ 9 milhões
O secretário Júnior Lopes e uma servidora da Sejucel foram afastados dos cargos por 90 dias e proibidos de terem contato com os outros investigados. A Operação Dionísio foi deflagrada pelo Ministério Público de Rondônia (MPRO), através do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e Combate à Corrupção (GAEC); com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco); e do Centro de Atividades Extrajudiciais (CAEX). Segundo a apuração, no ano de 2023, houve direcionamento na escolha de associação que firmou a parceria, por meio da Sejucel, no valor global de mais de 9 milhões de reais, para fins de realização da Expovel.

Júnior Lopes

Júnior Lopes gravou um vídeo onde se defende das acusações que pesam contra ele, negando que haja qualquer irregularidade na gestão à frente da pasta. O Governo do Estado emitiu uma nota em que não defendeu o secretário, apenas se limitando a afirmar que está colaborando com as investigações e, claro, é contra a corrupção. Que tudo se esclareça, mas que Júnior Lopes ficou sozinho nessa confusão, ficou! Ninguém do alto escalão da gestão estadual saiu em defesa dele. Como diz um velho ditado: “filho feio, ninguém quer ser pai”!

Show
Mas as suspeitas que algo estava fora dos trilhos na Sejucel já vinha de algum tempo. Um exemplo disso foram os shows contratados para a Expovel, onde se constatou que os preços pagos aos artistas estavam bem maiores do que se cobram em outras partes da região Norte. Vale lembrar que o Rondoniaovivo foi o primeiro veículo de comunicação a denunciar as irregularidades que estavam ocorrendo na Sejucel. Várias foram as reportagens sobre esse assunto colocadas no portal, como o Baile da Rainha, que custou R$ 980 mil.

Políticos
A pergunta que se faz agora é: o que vai ser feito daqui para frente? A princípio, é aguardar o resultado das investigações. Estão previstas outras ações, pois, até o momento, tudo indica que ainda há muita coisa para ser apurada. Em algumas rodas de conversa, dizem que muitos políticos estão com as orelhas em pé, já que houve o uso de emendas impositivas, indicadas por parlamentares, para patrocinar esses eventos.

Emendas Impositivas
Essas emendas são parte do orçamento público e se caracterizam pela aplicação dos recursos feita pelo Poder Executivo Estadual com a participação do Legislativo. Por meio da apresentação de emendas individuais impositivas, parlamentares estaduais, na Lei Orçamentária Anual (LOA) definem prioridades no âmbito do planejamento de políticas públicas e podem indicar órgãos/entidades da Administração Pública Estadual, Federal ou Municipal e organizações da sociedade civil para receber recursos orçamentários. A prioridade deve ser os setores de saúde e educação.

Vinho
O nome da operação que teve como a alvo a Sejucel e fez esse estrago na imagem do Governo do Estado é ‘Dionísio’, também conhecido como Baco. Ele é um deus da mitologia grega conhecido pelos poderes que possuía e pelo gosto pelas festas, vinhos, orgias, ou seja, tinha a capacidade de tirar as pessoas do real e embriagá-las levando-as a se libertar das convenções sociais. Talvez foi o que aconteceu com os envolvidos nessas investigações em torno da Secretaria de Estado da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer de Rondônia. O momento é de ressaca nos lados do CPA e de se colocar as barbas de molho no aguardo do desenrolar dos fatos! Salve, Baco!