Inquérito será aberto por determinação do ministro da Justiça; jogadores viraram réus nessa terça (9)
A Polícia Federal vai abrir inquérito sobre a chamada Máfia das Apostas e um grupo suspeito de manipular jogos das séries A e B do Campeonato Brasileiro e de torneios estaduais, entre 2022 e 2023. A decisão foi tomada após determinação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, nesta quarta-feira (10).
“Diante de indícios de manipulação de resultados em competições esportivas, com repercussão interestadual e até internacional, estou determinando hoje que seja instaurado Inquérito na Polícia Federal para as investigações legalmente cabíveis”, escreveu Dino em uma rede social.
A suspeita é de que o grupo tenha atuado em ao menos 13 jogos, das sérias A e B do Brasileirão de 2022 e dos campeonatos Paulista e Gaúcho de 2023. Os jogadores envolvidos poderiam receber até R$ 100 mil. Especialistas consultados pelo R7 apontam que os atletas envolvidos podem pegar de dois a seis anos de prisão e ser banidos do futebol.
Nessa terça-feira (9), a Justiça de Goiás aceitou denúncia e tornou réus 16 pessoas envolvidas no esquema. Ao todo, são sete jogadores e nove apostadores. A denúncia foi enviada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) ao Tribunal de Justiça de Goiás. A Confederação Brasilera de Futebol (CBF), contudo, não vai suspender o Brasileirão.
2022
Palmeiras X Juventude — Brasileirão, série A
Goiás X Juventude — Brasileirão, série A
Ceará X Cuiabá — Brasileirão, série A
Sport X Operário-PR — Brasileirão, série B
Red Bull Bragantino X América-MG — Brasileirão, série A
Santos X Avaí — Brasileirão, série A
Botafogo X Santos — Brasileirão, série A
Palmeiras X Cuiabá — Brasileirão, série A
2023
Guarani X Portuguesa-SP — Campeonato Paulista
Red Bull Bragantino X Portuguesa — Campeonato Paulista
Bento Gonçalves X Novo Hamburgo — Campeonato Gaúcho
Caxias X São Luiz-RS — Campeonato Gaúcho
Na denúncia, o MP de Goiás também pede que todos os denunciados paguem, em grupo, um valor mínimo de R$ 2 milhões para reparar o dano moral coletivo.
“O parâmetro utilizado para a definição do valor refere-se a uma das expectativas de lucro do grupo criminoso com a utilização de dezenas de contas que foram empregadas nas apostas manipuladas descritas na denúncia”, diz o órgão.
• Eduardo Bauermann (Santos)
• Victor Ramos (Chapecoense) — na época, jogando pela Portuguesa
• Gabriel Tota (Ypiranga-RS) — na época, jogando pelo Juventude
• Igor Cárius (Sport) — na época, jogando pelo Cuiabá
• Paulo Miranda (Náutico) — na época, jogando pelo Juventude
• Fernando Neto (São Bernardo) — na época, jogando pelo Operário-PR
• Matheus Gomes (Sergipe)
Além dos jogadores, mais nove pessoas, apontadas como participantes dos esquemas de apostas foram indiciadas:
• Bruno Lopez de Moura
• Ícaro Fernando Calixto dos Santos
• Luís Felipe Rodrigues de Castro
• Victor Yamasaki Fernandes
• Zildo Peixoto Neto
• Romário Hugo dos Santos
• William de Oliveira
• Pedro Gama dos Santos Junior
• Thiago Chambó Andrade
Em 18 de abril, o MPGO realizou a Operação Penalidade Máxima 2, contra um grupo suspeito de ter manipulado resultados de jogos do Brasileirão e de campeonatos estaduais. No dia, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão, em 16 municípios de 20 estados — Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).
As investigações do MPGO mostraram que os suspeitos coagiram jogadores profissionais de futebol, com oferta de valores entre R$ 50 mil e R$ 100 mil àqueles que cometessem eventos previamente determinados nas partidas. Derrota no primeiro tempo, número de escanteios e de cartões, por exemplo, poderiam render até R$ 100 mil ao jogador participante do esquema.
FONTE: R7.COM
Add Comment